CIDADANIA PLANETÁRIA.
"Sua simplicidade, digna dos grandes filósofos, é inspiradora. É um
contraponto à ganância e ao consumismo doentio que levaram o mundo a ser o que
é hoje.
Ele recusou o palácio para viver em seu sitiozinho. Ele doa 90% de seu
salário para os pobres. Ele se locomove num fusca velho. E vital: ele não é um
demagogo."
Mujica para o Nobel da Paz. Já.
PAULO NOGUEIRA, de Londres.
Com sua simplicidade inspiradora, o presidente uruguaio virou um cidadão
de estatura mundial.
Um exemplo para a humanidade. O Nobel da Paz já
foi para almas bélicas e sangrentas.
Ted Roosevelt, presidente americano do começo do século 20, é um desses
casos. Ele achava, como afirmou numa carta, que todo país deve guerrear de
tempos em tempos para manter a “virilidade”.
Roosevelt, é certo, tinha um complexo familiar jamais superado. Seu pai
não lutou na Guerra Civil. Pagou, como era comum naqueles dias, a um homem
pobre para que o substituísse.
A covardia paterna pesou tanto em Roosevelt que, já velho e afastado da
vida pública, ele tentou se alistar nas forças americanas na Segunda Guerra.
Barack Obama, naturalmente, é outro caso de acidente ao espírito
pacifista que deveria dominar a entrega do Nobel da Paz. Apenas para
registro, Gandhi jamais levou o prêmio.
Mas.
Mas eis que surge uma rara notícia boa nessa área: a indicação, por uma
ONG holandesa, do presidente Pepe Mujica para o Nobel da Paz.
Clap, clap, clap.
Mujica, segundo a ONG, trouxe paz à guerra contra as drogas, com sua
política de liberação do consumo para minar o tráfico e os traficantes.
A contribuição ao mundo de Mujica vai muito além.
Sua simplicidade, digna dos grandes filósofos, é inspiradora. É um
contraponto à ganância e ao consumismo doentio que levaram o mundo a ser o que
é hoje.
Ele recusou o palácio para viver em seu sitiozinho. Ele doa 90% de seu
salário para os pobres. Ele se locomove num fusca velho. E vital: ele não é um
demagogo.
Ted Roosevelt amava guerras e ganhou o Nobel da Paz.
Mujica faz uma dupla extraordinária com o Papa Chico, que tomava mate no
centro de Buenos Aires quando era bispo, andava de ônibus e, como ele,
rejeitara um palácio.
Chico viajou para o conclave de Roma na classe econômica. Compare com as
revelações das constantes viagens de primeira classe de Joaquim Barbosa e
companheiros de STF – mais acompanhantes.
Mujica já avisou que, terminado seu mandato, vai se recolher a uma quase
contemplação, em vez de correr atrás de moedas no indecente circuito de
palestras milionárias que atrai ex-presidentes de notoriedade internacional –
uma atividade que une, no caso brasileiro, FHC e Lula.
Não há nada que substitua a força do exemplo pessoal, e é isso que estes
dois sul americanos formidáveis oferecem a todos nós.
O papa é outro nome que mereceria o Nobel da Paz, com sua pregação
pacifista que inclui até os ateus.
Ouça pessoas como o pastor Feliciano falando e a diferença saltará. Num
de seus momentos mais pecaminosos, Feliciano disse que Deus matou Lennon porque
ele comparou os Beatles a Jesus num momento.
O Nobel da Paz já errou muito.
É hora de acertar. Mujica ou Chico. Já. Postado por Marcos
Imperial, via Diário do Centro do Mundo.
Nenhum comentário:
Postar um comentário
Olá queridos leitores, bem vindo a pagina do Blog Imperial. Seu comentário é de extrema importância para nosso crescimento.
Marcos Imperial