O que mais eu temo nesse
momento é a grande mídia (nacional e internacional) pautar as reivindicações
das manifestações que eclodem em todo o país. The New York Times anuncia que os
manifestantes estão protestando contra a pesada carga tributária do país, enquanto
outros veículos anunciam que é contra a alta da inflação.
Se a inflação de 5 a 6% ao ano gerasse esse
movimento todo, imagine o que já teria acontecido nesse país que historicamente
tem índices inflacionários absurdos. A Globo e a Bandeirante, que faturam
milhões com a Copa, tentam blindar a Copa e a seleção.
Obviamente, assim eles
garantirão os compromissos que assumiram com os anunciantes. Fácil assim:
faturar muita grana e, de quebra, desgastar um governo que nunca engoliram.
Essas mídias conservadoras são as mesmas que na campanha das diretas se
apropriaram do movimento apenas depois que ele ganhou a adesão de milhões de
brasileiros.
A partir daí se apropriaram e pautaram o movimento e fizeram de
Tancredo Neves um herói nacional. Depois, a história é conhecida: deu Sarney
como presidente. Percebo que há um clamor de segmentos que ascenderam
socialmente com as políticas sociais dos últimos tempos e que exigem que as
reformas se aprofundem. As reivindicações são justas: querem transportes mais
baratos e melhores; saúde, educação, o fim da corrupção. Enfim, mais
participação nas decisões sobre os destinos do país.
Essas reivindicações são
historicamente bandeiras da esquerda. Acorda, Dilma, PT e companhia! É hora de
o PT dizer a que veio: antes que a direita dê a direção às manifestações, é preciso
mostrar que efetivamente pode-se governar de forma diferente. O que poderia ser
diferente nesse país historicamente elitista é governar com o povo. Perder essa
chance agora é perder o bonde da história.
Isso não é populismo, é o que sempre
nossa militância defendeu. Não espero muita coisa dos petistas tecnocratas que
cresceram na máquina burocrática, estimulados pelos cargos comissionados, mas
daqueles idealistas que sempre sonharam com um país melhor, que acreditaram que
a grande maioria da população deveria ser a maior beneficiada da riqueza
produzida pelos brasileiros. Não me preocupa que a esquerda oposicionista tire
proveito dessas manifestações, é legítimo e até saudável.
O que mais me
preocupa é essa insatisfação popular ser canalizada pelos conservadores depois
de tantas conquistas nos últimos anos. As reivindicações são justas e podem
muito bem se constituírem em aliadas do governo para concretizar as reformas
que ainda não forram possíveis de serem concretizadas. Não sabemos aonde essas
manifestações chegarão, mas por enquanto elas fazem sentido... Postado por Marcos Imperial, via Face de Jose Evangelista Fagundes Evangelista
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Marcos Imperial