quinta-feira, 20 de junho de 2013

TAMBÉM VOU ÀS RUAS

O que mais eu temo nesse momento é a grande mídia (nacional e internacional) pautar as reivindicações das manifestações que eclodem em todo o país. The New York Times anuncia que os manifestantes estão protestando contra a pesada carga tributária do país, enquanto outros veículos anunciam que é contra a alta da inflação. 

Se a inflação de 5 a 6% ao ano gerasse esse movimento todo, imagine o que já teria acontecido nesse país que historicamente tem índices inflacionários absurdos. A Globo e a Bandeirante, que faturam milhões com a Copa, tentam blindar a Copa e a seleção. 

Obviamente, assim eles garantirão os compromissos que assumiram com os anunciantes. Fácil assim: faturar muita grana e, de quebra, desgastar um governo que nunca engoliram. Essas mídias conservadoras são as mesmas que na campanha das diretas se apropriaram do movimento apenas depois que ele ganhou a adesão de milhões de brasileiros. 

A partir daí se apropriaram e pautaram o movimento e fizeram de Tancredo Neves um herói nacional. Depois, a história é conhecida: deu Sarney como presidente. Percebo que há um clamor de segmentos que ascenderam socialmente com as políticas sociais dos últimos tempos e que exigem que as reformas se aprofundem. As reivindicações são justas: querem transportes mais baratos e melhores; saúde, educação, o fim da corrupção. Enfim, mais participação nas decisões sobre os destinos do país. 

Essas reivindicações são historicamente bandeiras da esquerda. Acorda, Dilma, PT e companhia! É hora de o PT dizer a que veio: antes que a direita dê a direção às manifestações, é preciso mostrar que efetivamente pode-se governar de forma diferente. O que poderia ser diferente nesse país historicamente elitista é governar com o povo. Perder essa chance agora é perder o bonde da história. 

Isso não é populismo, é o que sempre nossa militância defendeu. Não espero muita coisa dos petistas tecnocratas que cresceram na máquina burocrática, estimulados pelos cargos comissionados, mas daqueles idealistas que sempre sonharam com um país melhor, que acreditaram que a grande maioria da população deveria ser a maior beneficiada da riqueza produzida pelos brasileiros. Não me preocupa que a esquerda oposicionista tire proveito dessas manifestações, é legítimo e até saudável. 

O que mais me preocupa é essa insatisfação popular ser canalizada pelos conservadores depois de tantas conquistas nos últimos anos. As reivindicações são justas e podem muito bem se constituírem em aliadas do governo para concretizar as reformas que ainda não forram possíveis de serem concretizadas. Não sabemos aonde essas manifestações chegarão, mas por enquanto elas fazem sentido... Postado por Marcos Imperial, via Face de Jose Evangelista Fagundes Evangelista

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Marcos Imperial

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