A Comissão de Assuntos Econômicos concluiu a votação
de projeto que pode diminuir em até 15% o valor das tarifas de ônibus com
isenções de impostos e contribuições.
A Comissão de Assuntos Econômicos (CAE) do Senado concluiu hoje (2), a
votação do projeto PLC 310/2009, que pode diminuir em até 15% o valor das
tarifas de ônibus com isenções de impostos e contribuições por meio do Regime
Especial de Incentivos para o Transporte Coletivo Urbano e Metropolitano de
Passageiros (Reitup). A redução das tarifas é uma das principais reivindicações
das manifestações populares que tomaram as ruas do país.
Aprovada
em caráter terminativo, o projeto deve seguir direto para a Câmara dos
Deputados, se não houver apresentação de recurso para que a matéria seja
apreciada no plenário do Senado.
A
proposta dá mais transparência ao setor de transporte público uma vez que os
empresários terão que divulgar na internet suas planilhas de custo para que
qualquer cidadão tenha acesso.
“Esse
é um projeto que vai além de desoneração. O que as ruas estão pedindo é que a
gente abra as caixas pretas das empresas de transporte coletivo e isso a gente
fez neste projeto”, ressaltou o relator da proposta na CAE, Lindbergh Farias
(PT-RJ).
Ao
lembrar que o governo federal já fez várias desonerações do PIS/Cofins, da Cide
e da contribuição patronal à seguridade social, o relator ressaltou que a
adesão de estados e municípios é voluntária, mas diante dos protestos, estima
que deve ser grande.
Para
aderir ao Reitup, será preciso cumprir algumas condições. A primeira é que a
escolha das empresas responsáveis pelo sistema de transporte público seja por
meio de licitação. “Hoje, 95% das linhas de ônibus no país não foram
licitadas”, disse o relator. Por causa disso, os governos terão prazo de dois
anos para fazer licitações e se adequar ao bilhete único ou ao sistema
integrado de transporte.
Para
terem direito às desonerações, estados e municípios também terão que instalar
um Conselho de Transportes com participação da sociedade civil.
Uma
emenda apresentada pelo senador Aloysio Nunes (PSDB-SP) garante que tudo que
implicar em subsídio da prefeitura e do estado para reduzir tarifa, assim como
tudo que for investido em transporte coletivo, poderá ser abatido da prestação
mensal da dívida de estados e municípios com a União.
“Essa
é uma reivindicação unânime dos governadores e prefeitos que estão hoje com a
corda no pescoço e não conseguem pagar suas prestações da dívida”, explicou
Nunes.
Outra
emenda aceita, proposta pelo senador Blairo Maggi ( PR-MT), incentiva a frota
verde, ao passar de 5% para 20% o percentual de biodiesel no diesel utilizado
no transporte público.
A
sessão foi acompanhada pelos prefeitos de São Paulo, Fernando Haddad (PT); de
Belo Horizonte, Márcio Lacerda (PSB); e pelo prefeito de Porto Alegre, José
Fortunati (PDT), que também é presidente da Frente Nacional de Prefeitos.
“Nós
negociamos amplamente com os senadores, fizemos um amplo debate que permite que
nós tenhamos uma regulação do sistema de transporte coletivo no país com maior
transparência”, disse Fortunati. Postado por Marcos Imperial, via Agencia Brasil.
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Marcos Imperial