segunda-feira, 5 de agosto de 2013

Brasil tem menor taxa de desemprego da história, aponta estudo

Remuneração média dos trabalhadores brasileiros cresceu 24% ao longo da última década.

O quarto caderno “Vozes da Nova Classe Média”, foi lançado nesta segunda-feira (5) em São Paulo, pela Secretaria de Assuntos Estratégicos da Presidência da República (SAE). A publicação aborda políticas de criação e estabilização dos empregos formais no Brasil e mostra que a remuneração dos mais vulneráveis cresceu mais do que a dos menos vulneráveis no País.

O documento tem uma dupla proposta: abordar o redesenho de políticas já existentes para o mercado de trabalho e examinar as medidas da SAE para beneficiar os grupos socioeconomicamente excluídos.

Dados do estudo mostram que o crescimento - de 24% em média - da renda das famílias brasileiras foi resultado, principalmente, do trabalho. No período de 2001 a 2011, 16 milhões de postos de trabalho foram criados, sendo 13 milhões de empregos do tipo assalariado, com carteira de trabalho assinada. A qualificação dos trabalhadores melhorou, e a força de trabalho foi realocada para segmentos com melhores oportunidades.

A publicação traz textos e artigos de Clemente Ganz Lúcio, diretor técnico do DIEESE, Manoel Dias, Ministro do trabalho e emprego, e Vagner Freitas de Moraes, Presidente nacional da CUT. O Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (IPEA) discute sobre políticas de emprego voltadas aos grupos socioeconômicos excluídos e analisa a rotatividade dos empregos formais. O Instituto Data Popular avalia a importância da política de expansão de empregos formais e o aprofundamento das relações de trabalho, especialmente entre os trabalhadores de baixa qualificação ou remuneração.

Expansão das oportunidades de trabalho
Os últimos dez anos presenciaram um marcante crescimento das oportunidades de trabalho no País e, como consequência, uma acentuada redução na taxa de desemprego. Ao longo desse período, o número de postos de trabalho no país cresceu em 16 milhões. Em 2001, eram 76 milhões de postos de trabalho, com evolução para 92 milhões em 2011. Na década, portanto, ocorreu uma expansão de 20% nas oportunidades de trabalho.

A expansão na oferta de postos de trabalho trouxe com ela também uma mudança qualitativa na direção do trabalho assalariado, em particular do trabalho assalariado formal. Pela primeira vez, mais da metade dos ocupados no Brasil são trabalhadores assalariados formais e mais de ¾ dos assalariados no setor privado têm uma carteira de trabalho assinada. De acordo com o estudo, a conexão dessas transformações no mundo do trabalho com a ascensão da classe média não poderia ser mais direta, uma vez que mais de 60% dos empregados com carteira no setor privado vivem em famílias dessa classe.

Remuneração e qualificação
A remuneração média dos trabalhadores brasileiros cresceu 24% ao longo da última década (em média, 2% ao ano). Para os trabalhadores na classe média, o crescimento foi ainda mais acelerado, sendo mais que 31% no período (em média, quase 3% ao ano).

O aumento na remuneração dos ocupados resulta da combinação de dois fatores: Em primeiro lugar, melhorias na qualificação dos trabalhadores. Em segundo lugar, mudanças na qualidade dos postos de trabalho com realocação da força de trabalho na direção de segmentos capazes de oferecer melhores oportunidades e o avanço da remuneração nos segmentos modernos e tradicionais, como no trabalho por conta própria e assalariado.

Ao longo da última década, a força de trabalho brasileira tornou-se substancialmente mais escolarizada, com crescimento acelerado (27%), passando de 6,7 anos de estudo em 2001 para 8,5 em 2011.

No entanto, a falta de atrativos para trabalhadores com baixa qualificação gera um problema: a rotatividade no mercado de trabalho. A movimentação gera prejuízos ao trabalhador, que tem menos chances de aumento da remuneração e ao empregador, que perde em produtividade. Impõem-se agora novos desafios: o da criação de empregos mais estáveis e do aprofundamento das relações de trabalho para a nova classe média. 

Vozes da Nova Classe Média
A série “Vozes da Nova Classe Média” traz estudos periódicos que informam sobre a evolução, os valores, o comportamento e as aspirações da classe média brasileira, a fim de subsidiar a formulação de políticas públicas. A última edição apresentou o avanço do número de postos de trabalho formais criados entre 2001 e 2011, e abordou a contribuição do empreendedorismo para a expansão e a sustentabilidade da classe média.

O quarto Caderno Vozes da Nova Classe Média, desenvolvido pela SAE em parceria com a Caixa Econômica Federal e o Programa das Nações Unidas para o Desenvolvimento (Pnud), conta, ainda, com o apoio do Ministério do Trabalho e Emprego, da Central Única dos Trabalhadores (CUT), do Departamento Intersindical de Estatísticas e Estudos Socioeconômicos (Dieese), e do Instituto Data Popular. (Portal Brasil). Postado por Marcos Imperial.

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Marcos Imperial

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