Remuneração média dos trabalhadores
brasileiros cresceu 24% ao longo da última década.
O
quarto caderno “Vozes da Nova Classe Média”, foi lançado nesta segunda-feira
(5) em São Paulo, pela Secretaria de Assuntos Estratégicos da Presidência da
República (SAE). A publicação aborda políticas de criação e estabilização dos
empregos formais no Brasil e mostra que a remuneração dos mais vulneráveis
cresceu mais do que a dos menos vulneráveis no País.
O
documento tem uma dupla proposta: abordar o redesenho de políticas já
existentes para o mercado de trabalho e examinar as medidas da SAE para beneficiar
os grupos socioeconomicamente excluídos.
Dados
do estudo mostram que o crescimento - de 24% em média - da renda das famílias
brasileiras foi resultado, principalmente, do trabalho. No período de 2001 a
2011, 16 milhões de postos de trabalho foram criados, sendo 13 milhões de
empregos do tipo assalariado, com carteira de trabalho assinada. A qualificação
dos trabalhadores melhorou, e a força de trabalho foi realocada para segmentos
com melhores oportunidades.
A
publicação traz textos e artigos de Clemente Ganz Lúcio, diretor técnico do
DIEESE, Manoel Dias, Ministro do trabalho e emprego, e Vagner Freitas de
Moraes, Presidente nacional da CUT. O Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada
(IPEA) discute sobre políticas de emprego voltadas aos grupos socioeconômicos
excluídos e analisa a rotatividade dos empregos formais. O Instituto Data
Popular avalia a importância da política de expansão de empregos formais e o
aprofundamento das relações de trabalho, especialmente entre os trabalhadores
de baixa qualificação ou remuneração.
Expansão das oportunidades de trabalho
Os
últimos dez anos presenciaram um marcante crescimento das oportunidades de
trabalho no País e, como consequência, uma acentuada redução na taxa de
desemprego. Ao longo desse período, o número de postos de trabalho no país
cresceu em 16 milhões. Em 2001, eram 76 milhões de postos de trabalho, com
evolução para 92 milhões em 2011. Na década, portanto, ocorreu uma expansão de
20% nas oportunidades de trabalho.
A expansão na
oferta de postos de trabalho trouxe com ela também uma mudança qualitativa na
direção do trabalho assalariado, em particular do trabalho assalariado formal.
Pela primeira vez, mais da metade dos ocupados no Brasil são trabalhadores
assalariados formais e mais de ¾ dos assalariados no setor privado têm uma
carteira de trabalho assinada. De acordo com o estudo, a conexão dessas
transformações no mundo do trabalho com a ascensão da classe média não poderia
ser mais direta, uma vez que mais de 60% dos empregados com carteira no setor
privado vivem em famílias dessa classe.
Remuneração e qualificação
A
remuneração média dos trabalhadores brasileiros cresceu 24% ao longo da última
década (em média, 2% ao ano). Para os trabalhadores na classe média, o
crescimento foi ainda mais acelerado, sendo mais que 31% no período (em média,
quase 3% ao ano).
O
aumento na remuneração dos ocupados resulta da combinação de dois fatores: Em
primeiro lugar, melhorias na qualificação dos trabalhadores. Em segundo lugar,
mudanças na qualidade dos postos de trabalho com realocação da força de
trabalho na direção de segmentos capazes de oferecer melhores oportunidades e o
avanço da remuneração nos segmentos modernos e tradicionais, como no trabalho
por conta própria e assalariado.
Ao
longo da última década, a força de trabalho brasileira tornou-se
substancialmente mais escolarizada, com crescimento acelerado (27%), passando
de 6,7 anos de estudo em 2001 para 8,5 em 2011.
No
entanto, a falta de atrativos para trabalhadores com baixa qualificação gera um
problema: a rotatividade no mercado de trabalho. A movimentação gera prejuízos
ao trabalhador, que tem menos chances de aumento da remuneração e ao
empregador, que perde em produtividade. Impõem-se agora novos desafios: o da
criação de empregos mais estáveis e do aprofundamento das relações de trabalho
para a nova classe média.
Vozes da Nova Classe Média
A
série “Vozes da Nova Classe Média” traz estudos periódicos que informam sobre a
evolução, os valores, o comportamento e as aspirações da classe média
brasileira, a fim de subsidiar a formulação de políticas públicas. A última
edição apresentou o avanço do número de postos de trabalho formais criados
entre 2001 e 2011, e abordou a contribuição do empreendedorismo para a expansão
e a sustentabilidade da classe média.
O
quarto Caderno Vozes da Nova Classe Média, desenvolvido pela SAE em parceria
com a Caixa Econômica Federal e o Programa das Nações Unidas para o
Desenvolvimento (Pnud), conta, ainda, com o apoio do Ministério do Trabalho e
Emprego, da Central Única dos Trabalhadores (CUT), do Departamento
Intersindical de Estatísticas e Estudos Socioeconômicos (Dieese), e do
Instituto Data Popular. (Portal Brasil). Postado
por Marcos Imperial.
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Marcos Imperial