Maracujá, uva, banana verde e laranja viram pó na
luta contra o excesso de peso e as doenças associadas à obesidade. Chris Bertelli , iG São Paulo.
Nas lojas de produtos naturais ou até
mesmo nas prateleiras das farmácias, as farinhas de frutas ganham espaço.
Maracujá, uva, banana verde e laranja
são as mais conhecidas e também as mais vendidas este ano, embora já sejam
comercializadas há algum tempo.
O consumo desse tipo de suplemento
vem aumentando em busca de seus propagandeados efeitos emagrecedores. Alguns
deles realmente comprovados, como é o caso do maracujá.
Uma pesquisa conduzida pelo químico
Armando Sabaa Srur, da Faculdade de Nutrição da Universidade Federal do Rio de
Janeiro (UFRJ), concluiu que a pectina, substância presente na casca da fruta,
causa saciedade precoce. Isso porque a pectina é uma fibra solúvel e, ao entrar
em contato com os líquidos estomacais, vira um gel, evitando que o estômago se
esvazie rapidamente. Com esse funcionamento, a substância vira aliada também de
quem precisa controlar os picos de insulina, como os diabéticos.
“A farinha de maracujá é
hipoglicemiante, ou seja, melhora a tolerância à glicose. Mas ela atua apenas
como um coadjuvante no tratamento”, alerta a nutricionista Ariane Pereira, da
DNA Nutri.
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A grande sacada desses produtos é
concentrar a quantidade de fibras contidas nos alimentos ou aproveitar partes
que normalmente serão descartadas, como a casca de maracujá.
“No entanto, é preciso saber qual
comprar: algumas contêm fibras solúveis, portanto mais indicadas para quem tem
prisão de ventre; outras são ricas em fibras insolúveis, que melhoram a
motilidade intestinal”, explica Ariane.
As fibras prontas são consideradas
eficazes, porém é importante que a quantidade e modo de uso sejam orientados por
um nutricionista, já que existem recomendações diárias, salienta a
nutricionista Gabriela Paschoal, da VP Consultoria Nutricional.
Para
ter o efeito desejado e ajudar a manter a saúde, a ingestão de fibras deve ser
acompanhada de um aumento no consumo de água, ou o resultado pode ser o
contrário do desejado. Em uma dietabalanceada, é indicado que uma pessoa coma
diariamente de 25g a 35g de fibras.
Os suplementos, no entanto, são
recomendados para quem não come muita fruta ou legume e, portanto, não consegue
alcançar a quantidade saudável. A seguier, conheça as principais farinhas
existentes no mercado e veja como elas agem no corpo.
Farinha
de Laranja
Produzida a partir da casca de
laranja desidratada, é rica em fibras, principalmente a pectina – fibra
dietética solúvel em água, encontrada em maior quantidade na laranja. Alguns
trabalhos científicos mostram que esta fibra está relacionada com a redução dos
níveis de colesterol e triglicérides. Além disso, retarda o esvaziamento
gástrico, tornando-o mais lento, aumentando a saciedade. A consequência desse
efeito seria a redução da ingestão alimentar, o que contribuiria para a perda
de peso.
Farinha
de Banana
Produzida
a partir do fruto inteiro da banana verde (biomassa da casca e da polpa), a
farinha dessa fruta é rica em vitaminas A, B1, B2, ácido nicotínico, sódio,
potássio, magnésio, manganês, cobre, fósforo, enxofre, cloro, iodo. Ela contém
apenas 2% de açúcares e uma grande quantidade de amido resistente, que não é
absorvido pelo intestino em indivíduos saudáveis devido à impossibilidade de ser
digerido.
O
produto ainda fortalece e aumenta o número de bactérias intestinais benéficas,
facilitando o trânsito intestinal e dificultando a absorção de gorduras e
glicose, sendo, portanto indicado aos diabéticos, aos que têm colesterol
elevado e altamente recomendável aos celíacos – a farinha é isenta de
glúten podendo ser adicionada em diversas preparações, tais como sopas, pães,
biscoitos, salgados, etc. Leia mais: Macarrão de farinha de banana verde é opção para menu sem glúten
Farinha
de Uva
Produzida
a partir dos resíduos que são descartados em processos industriais dos
derivados de uva, a farinha de uva é riquíssima em quercetina (substância
fotoquímica encontrada naturalmente em diversos alimentos), antocianina
(substância polifenólica responsável pelo pigmento roxo característico da casca
da uva) e resveratrol (polifenol produzido em diversas plantas, encontrada
principalmente na casca da uva). Devido a estas características, essa farinha é
conhecida por sua ação antioxidante, anti-inflamatória e protetora do coração . Esse alimento também previne o estresse
oxidativo da célula, ajudando a prevenir tumores. Leia mais sobre alimentos
antioxidantes
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