
Por Paulo Jonas de Lima Piva
Esses sensacionalistas da notícia que povoam nossas
tevês com o cair da tarde ganham fortunas, desfrutam de poder e prestígio, têm
fama, logo, pensam como ricos porque de fato são ricos, identificam-se com as
elites porque são parte visceral delas. Por isso latem e rosnam contra tudo o
que é progressista e democrático: Lula, PT, MST, médicos cubanos, José Dirceu,
cotas, Bolsa Família, Petrobrás, Chávez, blogosfera, regulação da mídia, a PEC
das empregadas domésticas. Os grandes meios de comunicação estão infestados
desses porta-vozes do conservadorismo. O papel deles, sua razão profissional e
política, é fortalecer e difundir na opinião pública os preconceitos mais
asquerosos, os valores mais bárbaros, e esconder a realidade que efetivamente
importa atrás de pautas apelativas, que rendam audiência para os seus patrões e
para as suas próprias contas bancárias.
Bandeirantes, Globo, SBT, Rede TV, TV Cultura, CBN.
Com exceção de alguns programas da Record - que, por enquanto, abriu espaço
para os perseguidos da Globo, sua arqui-inimiga, como Paulo Henrique Amorim,
Azenha e Rodrigo Vianna - não há um animador de auditório, um
apresentador, um âncora de telejornalismo, um comentarista político e
econômico, um entrevistador de talk-show sequer, que não seja de direita.
Aliás, de Datena a Boechat, de Maristela Basso a Jô Soares, de Pedro Bial a
Bóris Casoy, de Ana Maria Braga a Rachel Sheherazade, a direita tem hegemonia
total sobre quase tudo o que as pessoas ouvem, assistem e engolem sobre a
realidade por meio das rádios e tevês. É por isso que a democratização dessa
grande mídia mediante uma lei que promova a desconcentração de veículos de
comunicação, que impeça a formação de oligopólios, e que crie condições para
uma maior pluralidade ideológica e interpretativa entre os veículos, é tão
fundamental para a atual fase da democracia brasileira quanto a reforma
política. Não dá para não se indignar com essa obviedade...
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Marcos Imperial