quarta-feira, 9 de outubro de 2013

“Mais Médicos é prioridade para o país”, diz Dilma

A presidenta Dilma Rousseff pediu aos líderes da base aliada que não poupem esforços para aprovar a MP do Mais Médicos. E “por não poupem esforços”, leia-se, inclusive, ceder à chantagem do PMDB, que ameaça obstruir a votação, caso sua proposta de minirreforma eleitoral não seja votada. A ministra das Relações Institucionais, Ideli Salvatti, disse que forma com que os líderes se entenderão é problema deles, mas deixou claro que a proposta da presidenta para a reforma política é outra: o plebiscito. Por Najla Passos.
Najla Passos da Carta Maior.

Brasília - A presidenta Dilma Rousseff pediu aos líderes dos partidos da base aliada, em reunião no Palácio do Planalto, nesta segunda (7), que não poupem esforços para aprovar a Medida Provisória 621, que cria o Programa Mais Médicos, tratado por ela como prioridade máxima para o país. E “por não poupem esforços”, leia-se, inclusive, ceder à chantagem do PMDB, que ameaça obstruir a votação, caso PT, PDT, PCdoB e PSB continuem impedindo a aprovação da proposta de minirreforma eleitoral do Senado. 

“O pedido da presidenta Dilma é para negociarmos politicamente ao extremo e darmos ao país o presente de aprovar o Mais Médicos. E vamos fazer isso amanhã. (...) Chegou a hora de a onça beber água. Nada, nem um tipo de questão pode interditar essa votação”, afirmou o líder do PT na Câmara, José Guimarães. 

Durante o dia, os líderes da base voltarão a se reunir para tentar um acordo com o PMDB, que condiciona o apoio ao Mais Médicos à votação da sua proposta de minirreforma eleitoral, obstruída, na última semana, por um bloco liderado pelo PT. De acordo com Guimarães, durante a reunião com a presidenta, o líder do PMDB, deputado Eduardo Cunha (RJ) voltou a insistir no assunto. “Se o preço for votar essa minirreforma, nós votaremos. Mas votaremos contra”, esclareceu. "Vamos insistir no plebiscito. Queremos reforma ampla e não arremedo”, acrescentou.

O líder do PDT na Câmara, Marcos Rogério (RO), acredita na possibilidade de entendimento com o PMDB, diante do apelo da presidente. Mas também admite que seu partido não aceitará aprovar essa proposta de minirreforma, que não dialoga em nada com as posições da legenda. “Essa minirreforma permite, por exemplo, que um partido possa acessar as verbas do fundo partidário retidas por decisão judicial. Isso é inadmissível. Precisamos de uma reforma política ampla”, observou.

A ministra das Relações Institucionais, Ideli Salvatti, negou que o PMDB tenha condicionado seu apoio à votação da minirreforma. Segundo ela, todos os líderes se mostraram muito sensíveis aos números apresentados pelo ministro da Saúde, Alexandre Padilha, que mostram que, dos 660 pedidos de registros de médicos estrangeiros já enviados aos Conselhos Regionais de Medicina, cerca de 300 continuam retidos. “Todos eles estão comprometidos com o programa, que é muito importante para o Brasil”, afirmou.

A ministra se esquivou de apresentar a opinião do governo sobre a minirreforma eleitoral que divide a base aliada. E, de acordo com ela, a forma com que os líderes vão equacionar quaisquer impasses acerca do tema é problema deles. “A posição da presidenta já foi explicitada quando ela sugeriu a realização de um plebiscito para ouvir a população sobre a reforma política”, sustentou.

Outros projetos
Ideli Salvatti disse que, durante a reunião, a presidenta também pediu aos líderes que agilizem a aprovação de outros projetos que ajudem a melhorar a saúde pública brasileira. O principal deles é o que vincula à área 50% dos recursos destinados às emendas individuais dos parlamentares, via orçamento impositivo. O projeto está na Comissão de Constituição e Justiça (CCJ) do Senado, também nesta terça. Se aprovado, poderá ser colocado em votação no plenário ainda este mês. 


Na Câmara, o apelo é para que os deputados aprovem a Proposta de Emenda Constitucional (PEC) 122, do Senado, que permite que médicos militares possam atuar no Sistema Único de Saúde (SUS), reforçando o atendimento à população de baixa renda. 

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Marcos Imperial

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