Projeto de cotas foi anunciado por Dilma durante
a conferência para igualdade racia. Roberto Stuckert Filho/PR.
Projeto de lei do governo estabelece que 20% das
vagas em um concurso público serão destinadas a candidatos que se
autodeclararem pretos ou pardos no ato da inscrição no concurso público.
A Comissão de Trabalho, de Administração e
Serviço Público da Câmara aprovou hoje (4) proposta que reserva 20% das vagas
de concursos públicos para negros. O projeto de lei, de autoria do Executivo,
ainda precisa passar pelas comissões de Direitos Humanos e Constituição e
Justiça (CCJ) antes de seguir para o plenário em regime de urgência. O texto
recebeu parecer favorável do deputado Vicentinho (PT-SP). Apenas o deputado
Silvio Costa (PSC-PE) registrou voto contrário.
De acordo com a proposta, a cota valerá por dez
anos. Para Silvio Costa, a reserva de vagas é inconstitucional. Na avaliação
dele, afronta o princípio de que todos são iguais perante a lei, previsto na
Constituição. Ele chegou a propor, durante a discussão do projeto, que a cota
fosse destinada somente a estudantes negros que tenham estudado pelo menos sete
anos em escola pública. A sugestão foi rejeitada pela comissão.
O projeto de lei estabelece que 20% das vagas em
um concurso público serão destinadas a candidatos que se autodeclararem pretos
ou pardos no ato da inscrição no concurso público, “conforme o quesito cor ou
raça utilizado pela Fundação Instituto Brasileiro de Geografia Estatística
(IBGE)”. A quantidade de oportunidades deverá ser anunciada no edital da
seleção. E, se não houver número suficiente de aprovados, as vagas que sobrarem
serão redistribuídas entre os outros candidatos.
Composição racial
O estabelecimento de uma cota racial para o
ingresso no serviço público foi anunciado pela presidenta Dilma Rousseff no dia
5 de novembro, durante a abertura da 3ª Conferência Nacional de Promoção da
Igualdade Racial. Apesar de valer apenas para o governo federal, Dilma espera
que a proposta sirva de exemplo para estados e municípios e os poderes Judiciário
e Legislativo criarem suas próprias leis de ação afirmativa. “Nós queremos
iniciar a mudança na composição racial dos servidores, tornando-a
representativa da população brasileira”, disse Dilma na ocasião.
Atualmente o governo federal tem aproximadamente
540 mil servidores civis concursados. Para a presidenta, estabelecer cota é uma
forma de diminuir as diferenças no serviço público. “Ação afirmativa trata as
duas coisas, a questão racial e a social simultaneamente. Construir ações
afirmativas é essencial para que, de fato, se efetive a igualdade de
oportunidades sócio racial. Sem ações afirmativas não tornaremos realidade a
igualdade de oportunidades”, afirmou.
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Marcos Imperial