À análise do veterano jornalista Paulo Nogueira (leia abaixo), acrescento o dano irreparável que o ministro Joaquim Barbosa vem produzindo no Poder Judiciário e na Justiça brasileira.
Como vai terminar isso?
Cidadania atenta.
O pior brasileiro do ano. Paulo Nogueira*, de Londres.
Um péssimo exemplo para os brasileiros
X é um amigo querido meu. Mesma profissão, mesma
geração, mesma redação durante anos.
X é, também, uma demonstração do efeito deletério
de Joaquim Barbosa sobre a alma dos brasileiros.
X é, essencialmente, um bom cara: solidário,
generoso, magnânimo. São as razões que me levaram a mantê-lo entre os amigos no
correr dos longos dias.
Fui notar o veneno de JB em menções de X a Genoino.
O desespero de Miruna, a delicada situação de saúde de Genoino: nada disso
provocou o menor sentimento de piedade em X, e isso mesmo no Natal, um período
em que tendemos a ser mais tolerantes e mais compassivos.
Genoino é, para X, um “mensaleiro” que “quer
moleza”. Moleza é cumprir a prisão domiciliar em casa, na modesta residência do
Butantã, em São Paulo, e não em Brasília, onde contraparentes lhe cederam um
quarto.
Isto é a “moleza”.
Já escrevi sobre isso e repito: o mal maior de
Joaquim Barbosa é o exemplo de inclemência – maldade, usemos logo a palavra
certa – que ele passa a brasileiros como meu amigo X.
É um crime contra a nacionalidade.
Veja, no extremo oposto, o que o papa Francisco
transmite: tolerância, generosidade, solidariedade.
Se a humanidade seguir Francisco, todos
ganharemos. Se os brasileiros seguirem Barbosa, será uma tragédia.
Não gosto de simplificações, mas é como se um
representasse as forças do bem e o outro as forças do mal.
X, como tantas outras pessoas, está seguindo JB ao
se pronunciar com ausência completa de simpatia – com raiva, na verdade — sobre
o “mensaleiro que quer moleza”.
E então chego a Miruna, a filha de Genoino, modesta
professora em São Paulo.
Em mais um gesto de desespero, ela enviou uma
mensagem a alguns jornalistas, entre os quais eu.
O título é autoexplicativo: “Revolta!”
Tomo a liberdade de reproduzir, por entender que é
um caso de interesse público. Repare que ela não consegue citar o nome de
Joaquim Barbosa.
Abaixo, a mensagem.
“Palavras textuais do presidente do STF sobre a situação
do meu pai:
“Por fim, considerada a provisoriedade da prisão
domiciliar na qual o condenado vem atualmente cumprindo sua pena, e a forte
probabilidade do seu retorno ao regime semi-aberto ao fim do prazo solicitado
pela Procuradoria-Geral da República, considero que a transferência ora
requerida fere o interesse público.
Por todo o exposto, indefiro o pedido de
cumprimento da pena em regime domiciliar em São Paulo.”
Eu sei que não posso falar tudo o que penso sobre o
presidente da suprema corte de justiça de meu país. Mas, também, que adjetivo é
possível usar para alguém que proíbe um condenado CARDÍACO de cumprir sua pena
DOMICILIAR em seu DOMICÍLIO e ainda ameaça que em fevereiro vai colocá-lo de
volta na prisão?
O próprio laudo feito pelos médicos escolhidos a
dedo por Barbosa fala: “Desta feita, o tratamento anti-hipertensivo de longo
prazo deve incluir (… cita a dieta, exercícios e tal) A RESTRIÇÃO DA INFLUÊNCIA
DE FATORES PSICOLÓGICOS ESTRESSANTES”. Que tal isso ser considerado a começar
pelo presidente do Supremo? O que vocês acham que se pode dizer de alguém que
já ameaça e anuncia, no dia 28 de dezembro, uma época realmente propícia para
ameaças, que a pessoa vai voltar para a cadeia em dois meses????????????”
Os vários pontos de interrogação refletem a
perplexidade de Miruna.
Se lesse o desabafo doído e impotente de Miruna,
meu amigo X louvaria Joaquim Barbosa e desprezaria a filha do “mensaleiro que
quer moleza”.
Pelo mal que JB faz à índole nacional, e pela
influência sinistra que exerce sobre meu amigo X, ele é o Pior Brasileiro do
Ano.
* O jornalista Paulo Nogueira é fundador e diretor
editorial do site de notícias e análises Diário do Centro do Mundo.
Destaques do ABC!
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Marcos Imperial