Divulgação The Walk Again Project/Duke
University.
Um jovem brasileiro será escolhido para dar o
chute inicial no maior campeonato de futebol do mundo graças à tecnologia
desenvolvida por Miguel Nicolelis.
Ilustração do The Walk Again Project simula
os movimentos criados com a ajuda de um exoesqueleto.
De quatro em quatro anos, o mundo todo
entra em pausa e volta os olhos para uma das maiores competições esportivas do
planeta: a Copa do Mundo. Em 2014, milhares de fãs de futebol desembarcarão no
Brasil ou acompanharão pelas televisões as vitórias, os melhores lances e, até
mesmo, alguns milagres. Essa é uma história que consolida o poder da ciência e
prova que é preciso acreditar sempre - ainda que você seja uma criança e ainda
que você seja tetraplégico.
Um dos cientistas mais importantes do
Brasil e do mundo em atividade, Miguel Nicolelis vem trabalhando há mais de 20
anos para fazer história na Copa do Mundo. Ao contrário do que se possa
imaginar, seus planos não dizem respeito a nenhum artifício secreto para levar
a seleção canarinho ao hexa campeonato. O projeto é ainda mais nobre: realizar
o sonho de uma criança tetraplégica brasileira, fazendo-a andar.
A ciência como ferramenta para
realização de sonhos
O cientista paulistano desenvolve pesquisas
sobre a fusão entre homem e máquinas e dirige o laboratório de neuroengenharia
da Universidade de Duke, nos Estados Unidos, há mais de duas décadas.
Apaixonado por futebol, ele planeja, através das ICMs ("interfaces
cérebro-máquina", como ele mesmo chama), tornar possível a ideia de uma
criança com membros paralisados não apenas andar, como também dar o pontapé
inicial que abrirá o maior evento de futebol do mundo.
Os sensores desenvolvidos por Nicolelis e sua
equipe são capazes de captar a atividade elétrica dos neurônios,
decodificando-a e transmitindo-a a artefatos robóticos, que então retornam a
informação para o cérebro por meio de sinais visuais, táteis ou elétricos. Ou
seja: eles traduzem os pensamentos humanos a comandos digitais para que as
máquinas possam "entender" e realizar as atividades. Chips
minúsculos são colocados no cérebro ou medula do paciente a fim de captar os
pensamentos e comandos.
O pequeno grande passo para a
felicidade
Frente os mais de 1,9 milhão de crianças e
adolescentes portadores de deficiências no Brasil (segundo estudos do IBGE
divulgados no site da UNICEF), é certo que apenas uma delas terá a sorte de
experimentar a sensação de chutar uma bola de futebol. Por enquanto. Segundo
Nicolelis, esse é apenas o primeiro passo para uma realização de sonhos em
massa para esses pequenos brasileirinhos: “a gente espera que ele evolua para
um protótipo que possa chegar ao consumo para os milhões de cidadãos no Brasil
e no mundo que têm deficiências físicas e que não podem se locomover com
autonomia hoje em dia”, disse ele, em entrevista à DW Brasil. O adolescente
será escolhido entre outros dez candidatos e passará por treinamentos com um
simulador de realidade virtual durante os meses que antecedem a Copa.
O cientista, que é cotado como um dos
maiores nomes para o próximo prêmio Nobel de ciência, diz que tornar possível o
que, antes, era apenas uma fantasia inatingível, é o seu maior objetivo. “É o
que quero fazer com um adolescente brasileiro paralisado na abertura da Copa do
Mundo de 2014. Não me interesso por prêmios. Esse sim é o meu maior sonho. Se
tudo der certo, esse menino dará o pontapé inicial”, disse ele ao jornal
"O Estado de São Paulo".
Se um chute em uma bola de futebol pode ser
um ato simples para algumas pessoas, para outras muitas significa o pontapé
inicial para a realização de outros vários sonhos, como tocar o rosto de um
ente querido ou até mesmo arriscar alguns passos em uma pequena caminhada. É a
prova de que os maiores valores da vida podem estar, sim, nos gestos simples e
que pequenos atos como esse podem ser a chave da felicidade de alguém. Via MSN
BRASIL.
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Marcos Imperial