No dia em que o STF anulou a condenação por
quadrilha, garantindo a diversos réus, incluindo Delúbio Soares, o direito ao
semiaberto, juiz Bruno Ribeiro, que é filho de um dirigente do PSDB e ligado a
Joaquim Barbosa, manda o ex-tesoureiro do PT de volta para o regime fechado,
passando por cima da suprema corte; o motivo: uma feijoada não comprovada;
"revoltante" resume Luiz Eduardo Greenhalgh.
Via 247 - Não tardou a reação
do presidente do Supremo Tribunal Federal (STF), Joaquim Barbosa, contra a
decisão mais recente da maioria dos ministros contrariar suas vontades e
absolver os condenados na Ação Penal 470 da acusação de formação de quadrilha.
Na noite desta quinta-feira (27), a Vara de Execuções Penais do Distrito
Federal determinou a suspensão temporária dos benefícios de trabalho externo do
ex-tesoureiro do PT Delúbio Soares na Central Única dos Trabalhadores (CUT).
Ele terá que comparecer a uma audiência de advertência em 18 de março.
Assim, o petista será transferido do
Centro de Progressão Penitenciária (CPP), presídio destinado a presos que
trabalham fora durante o dia, para o Centro de Internação e Reeducação (CIR),
no Complexo Penitenciário da Papuda. Foi lá que Delúbio começou a cumprir a
pena, em novembro do ano passado. O ex-tesoureiro também não poderá sair para
passar o Carnaval com a família. A Justiça também determinou que o governo do
Distrito Federal informe, em até 48 horas, se ele pode manter os presos da AP
470 sob custódia ou os enviará para presídios federais.
A decisão foi tomada pelo juiz após o
Ministério Público afirmar que condenados na Ação Penal 470, o processo do
mensalão, que estão presos em Brasília, recebem regalias na prisão. Após tomar
conhecimento dos fatos, o juiz determinou que seja aberto um processo
disciplinar para apurar os fatos ocorridos no Centro de Progressão
Penitenciária (CPP), onde Delúbio Soares cumpre pena. Em documento entregue à
VEP na terça-feira (25), os promotores do Ministério Público relatam que uma
feijoada foi feita dentro do presídio, exclusiva para a ala onde o
ex-tesoureiro está preso.
Pelo Twitter, o ex-deputado federal Luiz
Greenhalgh criticou a decisão. "A decisão do juiz de execuções do DF
(filho de dirigente do PSDB), cassando o regime semi-aberto de Delúbio Soares é
absurda e revoltante. Com base em noticiário mentiroso da mídia, o juiz do DF
se coloca acima da maioria dos ministros do STF, mantendo Delúbio em regime
fechado. Um celular contra Zé Dirceu, uma feijoada contra Delúbio. Mixórdia e
mentira movidas pelo ódio e a serviço de ambições políticas. Vergonha",
afirmou.
Abaixo matéria da Agência Brasil:
Justiça suspende trabalho externo de Delúbio Soares
André Richter - Repórter da Agência
Brasil
O juiz Bruno André Silva Ribeiro, da Vara
de Execuções Penais (VEP) do Distrito Federal, decidiu hoje (27) suspender o
benefício de trabalho externo do ex-tesoureiro do PT Delúbio Soares. Ele foi
autorizado a trabalhar na sede da Central Única dos Trabalhadores (CUT), em
Brasília.
A decisão vale até o dia 18 de março,
quando Delúbio prestará depoimento em uma audiência de advertência por meio de
videoconferência. A decisão foi tomada pelo juiz após o Ministério Público
afirmar que condenados na Ação Penal 470, o processo do mensalão, que estão
presos em Brasília, recebem regalias na prisão.
Após tomar conhecimento dos fatos, o juiz
determinou que seja aberto um processo disciplinar para apurar os fatos
ocorridos no Centro de Progressão Penitenciária (CPP), onde Delúbio Soares
cumpre pena. Em documento entregue à VEP na terça-feira (25), os promotores do
Ministério Público relatam que uma feijoada foi feita dentro do presídio,
exclusiva para a ala onde o ex-tesoureiro está preso.
O magistrado também determinou que o
governador do Distrito Federal, Agnelo Queiroz (PT), informe, em 48 horas, se
providências foram tomadas para acabar com as regalias. "Considerando que
as irregularidades noticiadas e constatadas colocam em risco a higidez do
sistema e a própria credibilidade das instituições, acolho a manifestação do
Ministério Público do DF e determino a suspensão cautelar imediata dos
benefícios externos deferidos por esta própria VEP ao interno Delúbio Soares”,
afirmou o juiz.
No documento enviado à Justiça, os
promotores dizem que condenados no processo do mensalão recebem regalias, como
visitas fora dos dias permitidos, além de alimentação diferenciada.
As irregularidades, segundo o MP,
ocorreram no Centro de Internamento de Reeducação (CIR), onde está preso o
ex-ministro da Casa Civil, José Dirceu, e no Centro de Progressão Penitenciária
(CPP), onde o ex-tesoureiro do PT, Delúbio Soares, cumpre pena.
Segundo o Ministério Público,
recentemente uma feijoada exclusiva para os internos de uma ala do CPP foi
feita com ingredientes que teriam sido comprados na cantina do presídio. A
situação, segundo os promotores, gera instabilidade no sistema prisional.
O Ministério Público também declarou que
a Subsecretaria do Sistema Penitenciário (Sesipe) está descumprindo outras
decisões da Justiça do DF que determinaram o fim das regalias. Em novembro do
ano passado, os juízes da VEP decidiram que todos os presos devem receber
tratamento igualitário. Segundo os promotores, a “ingerência indevida” da
subsecretaria começou após os condenados no processo do mensalão terem iniciado
o cumprimento das penas no Distrito Federal.
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