terça-feira, 18 de fevereiro de 2014

PMDB se alia ao DEM, PSDB e PPS: legendas adversárias de Dilma Rousseff no RN

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A aliança que o presidente da Câmara dos Deputados, Henrique Eduardo Alves (PMDB), articula no Rio Grande do Norte, contempla partidos como DEM, PSDB e PPS, legendas que fazem confronto direto com o PT e os aliados na arena da discussão política e na disputa pelo poder no cenário nacional. O PMDB também negocia com o PSB, outra legenda adversária do PT em nível nacional, a participação desta legenda no palanque estadual. O PSB lançará o governador de Pernambuco e presidente nacional da sigla, candidato a presidente da República, sendo mais um adversário da presidente Dilma Rousseff.

Além de optar por adversários de Dilma, o PMDB, que nacionalmente já confirmou a aliança com a presidente, indicando o atual vice-presidente Michel Temer (PMDB), para ser companheiro de chapa novamente da petista, exclui o PT do palanque potiguar, justamente por conta das preferências da aliança, enfraquecendo o projeto nacional petista de eleger uma senadora no Rio Grande do Norte – no caso, a deputada federal Fátima Bezerra (PT).

Na visão do cientista político Antonio Spinelli, DEM e PPS, legendas que deverão ser aliar ao PMDB na disputa eleitoral de 2014, além de oposição ao governo federal, “se caracterizam por um radicalismo de direita muito forte, uma posição ideológica e programática direitista em todos os níveis”. Ele declarou que, neste sentido, “o PMDB local está entrando num barco que vai navegar por águas turbulentas”.

Ao avaliar a aliança articulada pelo PMDB, Spinelli aponta que não há qualquer alinhamento ideológico ou programático. “O PMDB é o típico ‘partido ônibus’, um partido pega tudo. É um tipo de partido que persegue cargos e posições e não tem nenhum compromisso programático e ideológico definido, a não ser compromisso da reprodução da ordem que aí está”, afirma o cientista político Antonio Spinelli.

Nesse sentido, a legenda dos primos Henrique e Garibaldi, de acordo com o professor da UFRN, tem mobilidade para fazer aliança em qualquer ponto do espectro ideológico, seja à direita, à esquerda, ou ao centro. “É difícil prever, mas pode não dar certo. Teoricamente uma candidatura do PMDB ao governo do Estado é forte. Uma candidatura do PMDB ou de algum aliado ao Senado é forte também, porque o partido é bem estruturado no Estado, aliás, tem capilaridade no País todo”, observa.

No entanto, o sucesso ou fracasso desta articulação suprapartidária local, na visão do especialista, “vai depender da capacidade de outros partidos apresentarem propostas, programas e candidatos que tenham maior viabilidade eleitoral, apelo ao eleitor, que podem contrapor a aliança mais conservadora que o PMDB está fazendo”.

Para ele, “pode haver reação”. “O PMDB tem muitos prefeitos, deputados, vereadores, mas isso não é tudo, não garante tudo. Eu diria que o eleitorado, até por conta de todos esses movimentos que tivemos em junho, está mais crítico”, diz. Ainda na visão do especialista, o PMDB, enquanto partido, persegue os seus próprios objetivos de se fortalecer partidariamente e obter vagas na Câmara Federal, no Senado e disputar também o governo do Estado, a Assembleia Legislativa. “Trata-se de um movimento tipicamente pragmático. Embora tenha aliança com o PT no plano federal, me parece que a aliança está consolidada, a não ser que aconteçam novos fatos. Mas todos nós sabemos que é uma aliança que não há alinhamento ideológico e programático”, reforçou. Fonte: O Jornal de Hoje.

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Marcos Imperial

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