Por Fátima Bezerra,
Num país
marcado pela dominação política e a exclusão social, o final do século XX
trouxe para a história do Brasil uma experiência de construção partidária
absolutamente nova, fruto de um processo de acumulação de forças que veio da
resistência à ditadura militar, do trabalho de um novo sindicalismo, da
intelectualidade orgânica, das organizações de base do campo e da cidade.
O PT
nasceu assim, como resultado da mobilização dos que sempre foram colocados à
margem. Milhares de lideranças populares se lançaram a um trabalho minucioso de
formação política e organização de lutas por terra, trabalho e liberdade.
Enfrentando condições adversas, esse trabalho adentrou as florestas, praias,
sertões, favelas, portas de fábricas, salas de aula, grupos de estudo, igrejas,
organizações da juventude, mulheres, negros, etc. Essas lutas duras, sofridas e
cotidianas tinham uma motivação inabalável que eram os nossos
sonhos e a vontade enorme de transformá-los em realidade. Aprendemos
a chamar isso de “militância”.
Essa paixão viva criou as condições para a
construção de uma história de 34 anos do PT. Nascemos, portanto, com a marca da
resistência, do desejo de mudar as coisas e da participação popular. Encarnamos
a radicalização da democracia.
Foi com essa experiência
rica e inovadora que forjamos um coletivo partidário capaz de mudar o Brasil.
Mas isso não começou em 2002. Quando chegamos ao Governo Federal com o
companheiro Lula já tínhamos uma trajetória de 22 anos lapidada nas lutas
sociais, parlamentos e governos. Isso deu ao PT acúmulo político, capacidade de
formulação, maturidade e experiência em gestões à frente de prefeituras e
governos estaduais. Não chegamos ao poder central por acaso. O governo que
iniciamos em 2003 significa um avanço na nossa história. Um partido que nasceu
dos duros embates com a ditadura, patrões e latifundiários e que tinha firmeza
para dizer “não”, amadureceu com o tempo e aprendeu a entender a política com um
olhar mais amplo; amadureceu para compor alianças e conviver com as diferenças.
Sem isso teria sido impossível ganhar as eleições de 2002 e fazermos nos
últimos 11 anos a construção de um novo país. Não é certamente o socialismo com
o qual sonhamos, mas é com certeza uma experiência duradoura e sustentável
dirigida por um partido de esquerda de fazer mudanças pela via eleitoral.
Exatamente por isso o PT
se transformou numa referência internacional e objeto de estudos de
universidades no mundo inteiro. Intelectuais de todos os matizes refletem sobre
a nossa trajetória e o legado que representamos. Merece registro que ao longo
dos nossos 34 anos foram publicados mais de 1.200 livros sobre o PT, no Brasil
e fora do país.
O que fazemos hoje no
Brasil é resultado da nossa história. Os programas e projetos em curso no país
não surgiram do nada. Eles revelam a opção de um partido pelos excluídos e são
a face visível do nosso acúmulo histórico. Que outro partido colocaria em
prática programas como as cotas nas universidades, o Luz Para Todos, o Mais Médicos e
o Minha Casa Minha
Vida? Um país que viveu 314 anos de escravidão e um processo
secular de dominação e exclusão social vivencia pela primeira vez os frutos de
um projeto sustentável de resgate dessa dívida social.
A revolução social que nós
acalentamos no passado não saiu do nosso horizonte e continua como objetivo
estratégico, mas tem hoje outra face no Brasil e o PT é a base para o salto que
estamos dando em direção ao futuro. Os sonhos são os mesmos e os compromissos
também. O partido que faz o melhor governo da nossa história vai continuar
seguindo em frente, para promover as mudanças que o povo deseja e
fazer o Brasil avançar ainda mais.
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Marcos Imperial