Fonte: http://nominuto.com/- Coluna do Barbosa.
Se o PMDB do Rio Grande do Norte pensa em isolar o PT nas eleições de
2014 para proteger as oligarquias estará cometendo um erro estratégico. As
declarações do presidente da Câmara e presidente estadual da legenda, deputado
Henrique Eduardo Alves, ao jornalista Diógenes Dantas na última sexta-feira
(11), quando disse que não se pode isolar o PSB em função de que, segundo o
parlamentar, as realidades estaduais são diferentes da nacional, e a conversa
do ministro Garibaldi Alves, com o presidente nacional do DEM, senador José
Agripino (RN), no último sábado no apê de Gari – que certamente não foi pra
falar sobre as inaugurações das agência do INSS – são de deixar qualquer
petista de orelha em pé.
É verdade que o PMDB, por ser a “noiva” da vez vem sendo cortejado por
todos. Os peemedebistas dizem que terão candidatura própria ao governo do
estado, entre eles estão colocados na mesa o nome de Garibaldi, Henrique e do
deputado Walter Alves. Nenhum dos três, no entanto, quer ser candidato, embora
na leitura que faço Garibaldi aceitará ir ao “sacrifício” de ser candidato a
governador novamente. Por ter o maior número de prefeitos no estado e ter nomes
fortes para disputar o governo, certamente por isso o PMDB esteja se
valorizando. Faz parte do jogo político.
O PMDB, na verdade, quer tirar a carta de seguro. Pra isso, usa o
discurso de alinhar as forças políticas para tirar o Rio Grande do Norte da
crise em que se encontra. Ocorre que o PMDB no plano nacional está alinhado
politica e administrativamente com a presidenta Dilma Ruosseff, que é candidata
a reeleição. O ex-presidente Lula, já disse que o PT terá que isolar o PSB, que
também terá candidatura própria à sucessão presidencial – Eduardo Campos ou
Marina Silva – nos estados. Ainda na sexta-feira (11), quando Campos esteve em
Mossoró, a presidenta estadual do partido e vice-prefeita de Natal, Wilma de
Faria, declarou:
- Queremos ajudá-lo a fazer um Brasil melhor
O PT, por sua vez, embora a direção municipal do partido em Mossoró
tenha divulgado nota dizendo que as manifestações contra Campos não partiram
dos petistas, certamente não concordará em subir num mesmo palanque que Wilma.
Muito menos ao lado de José Agripino Maia, que deseja reeleger o filho deputado
federal Felipe Maia. Agripino ainda tem mais quatro anos de mandato. Sua
preocupação é única e exclusivamente com o filho.
Wilma, que não dorme de toca, já trabalha com a possibilidade de sair
mesmo candidata a deputada federal. Ao governo ou ao Senado, sem o apoio dos
Alves, dificilmente ela se arriscará. Mais certo é uma cadeira na Câmara dos
Deputados.
É aí que Henrique articula a formação de um chapão na proporcional com o
aval do ministro Garibaldi. O problema é que o PT ainda não foi ouvido sobre
isso. Aliás, já está mais do que na hora de peemedebistas e petistas sentarem
pra conversar sobre as eleições de 2014 no estado.
Fato é que o PMDB está promovendo uma abertura geral e irrestrita e isso
em política, todos sabemos, é muito bonito na teoria, mas que na prática a
coisa é outra. O PT, aliado do PMDB no plano nacional precisa ser consultado
sobre as conversas de Henrique e Garibaldi com Wilma e Agripino, dois
adverários do Planalto. Está parecendo que as oligarquias Alves, Maia e Faria
pretendem fazer um guarda-chuva para proteger a todos, menos o PT, que sequer
foi ouvido.
Não esqueçamos que o PT no Rio Grande do Norte se tornou uma força
política. A deputada federal Fátima Bezerra é candidata em potencial ao Senado
com o apoio da executiva nacional do seu partido. O deputado estadual, Fernando
Mineiro, que com os seus votos acabou provocando o segundo turno na última
eleição para prefeito em Natal, levando o candidato do PMDB, deputado estadual
Hermano Morais, à disputa final com o hoje prefeito Carlos Eduardo Alves (PDT),
já colocou o seu nome à disposição do partido para uma eventual candidatura ao
governo do estado.
A propósito, parcial de enquete realizada pelo blog onde é indagado do
leitor se ele é a favor de que os principais partidos no RN lancem candidaturas
próprias ao governo, dá conta de que para 80% das pessoas que já responderam a
enquete, sim. Difícil o PT lançar uma chapa puro sangue com Mineiro para
governador e Fátima para o Senado, mas não impossível. E ainda teria um
discurso convincente: a chapa contra as oligarquias e contra o chapão, o que,
convenhamos, teria um forte apelo eleitoral, ainda mais se se tem no palanque a
presidenta Dilma Ruosseff, primeiro lugar nas pesquisas de intenção de voto, e
o ex-presidente Lula. A conferir!
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Marcos Imperial