Em meio às faíscas da política, presidente
Dilma Rousseff pilota economia que bateu em fevereiro o recorde de menor
desemprego desde 2002, com 5,1%; nesta quinta-feira 27, País fez captação de 1
bilhão de euros no mercado internacional, mesmo depois de rebaixamento de nota
pela agência Standard & Poor's; provas como essas de desempenho e confiança
são trunfos de Dilma Rousseff para não encarar resultado da pesquisa CNI/Ibope
a ferro e fogo; nos anos de suas reeleições, FHC e Lula também passaram aperto
no primeiro trimestre e riram por último com resultado das urnas; Dilma igualmente
pode superar zona de sombra.
247 – É possível
enxergar neste momento a imagem pública da presidente Dilma Rousseff dividida
em duas. Uma é que encobre sua face em uma zona de sombra, na qual está
envolvida por acontecimentos desta semana como o rebaixamento do rating do
Brasil pela agência Standard & Poor's, os desdobramentos da compra da
refinaria de Pasadena pela Petrobras e, especialmente, a pesquisa CNI/Ibope
divulgada nesta quinta-feira 27. O governo que ela comanda perdeu, de uma só
vez, entre dezembro e o início de maro, sete pontos percentuais no quesito
popularidade.
Ao lado do que não se vê aparece a outra
metade da face de Dilma. Iluminada, nela sobressai a presidente que abre o
último ano do seu governo podendo exibir um trunfo que nenhum de seus
antecessores recentes, Lula e Fernando Henrique, conseguiu mostrar: uma taxa de
5,1% de desemprego, simplesmente a menor da série histórica de apuração do
Ministério do Trabalho.
Nesta quinta-feira 27, enquanto a
oposição se assanhava com os resultados da CNI/Ibope, Dilma estava chefiando um
governo que acabara de obter uma forte prova de confiança do mercado
internacional. Em operação coordenada por bancos estrangeiros e o Banco do
Brasil, o País captou nada menos que 1 bilhão de euros no mercado
internacional. Os títulos dados em troca dos recursos terão vencimento em abril
de 2021. Tratou-se, assim, de uma prova de confiança inequívoca na capacidade
de o governo honrar seus compromissos, dois dias após a agência de
classificação de risco Standard e Poor's ter sugerido o contrário, ao rebaixar
a nota brasileira.
RECONHECIMENTO MUNDIAL - Cotejado
com a crise global, o Brasil de Dilma é o País que melhor pode dar provas de
combate à desigualdade social e o que mais se destaca em campos como o da ONU
pela modernidade de seus programas de transferência de renda e assistência em
massa. A presidente, como ela própria quer, é associada diretamente aos
resultados dessas iniciativas.
E, no entanto, a popularidade do governo
Dilma caiu numa escala que não era esperada nem mesmo pelos oposicionistas mais
otimistas. Afinal, na semana passada, e também de acordo com o Ibope, a
presidente exibiu convincentes 43% de intenções de voto, batendo todos os
adversários somados – e apontando para uma vitória em primeiro turno.
Foi a primeira vez, agora, depois das
manifestações de junho do ano passado, que a popularidade do governo oscilou
para baixo numa pesquisa. Mas isso não indica, necessariamente, nenhuma
tragédia eleitoral. Nos anos de suas respectivas reeleições, os então
presidentes Fernando Henrique e Lula exibiam igualmente governos com
popularidades em torno dos mesmos 36% de ótimo e bom e 36% de regular que Dilma
conseguiu agora. Ambos aproveitaram o alerta das pesquisas de início de ano
para reaglutinar suas forças e partir para cima dos adversários.
MULTIPLICAÇÃO DE BONS RESULTADOS - A presidente Dilma está desafiada a multiplicar os efeitos
dos bons resultados que sua gestão vai conseguindo em áreas estratégicas como o
emprego e a assistência à população. Mostrar que a confiança dos investidores
permanece, como mostrou a captação bilionária em euros desta quinta-feira, será
outra missão a cumprir. É verdade que não há mais a menor boa vontade com Dilma
nos veículos da mídia familiar e tradicional, mas a presidente continua sendo
notícia por onde passa – e, com a estratégia certa, tem todas as chances de
mudar as percepções negativas sobre sua gestão. De resto, como vinha fazendo
até agora. Ou melhor, como tem feito.
Dilma, lembre-se, manteve na semana
passada, também em medição do Ibope, pontos suficientes para projetar vitória
em primeiro turno. E, ressalve-se, desta vez o mesmo Ibope, sob contrato com a
CNI, fez pesquisa de intenção de votos, mas não divulgou os resultados. Por
que?
MERCADO FINANCEIRO NA OPOSIÇÃO - Não foi nesta semana, com a disparada das ações das
empresas estatais em comemoração ao tropeço do governo no Ibope, que o mercado
financeiro mostrou não estar ao lado de Dilma. A oposição dos que gravitam em
torno da Bovespa contra Dilma, especialmente do grande capital especulativo,
vem da fase em que a presidente comandou a guerra contra os juros altos. Não é,
portanto, novidade. Para consolo do governo, ao menos os preços dos papéis da
principais companhias públicas se recuperaram, o que mostra que, mais do que
análise de fundamentos, o mercado está se politizando cada vez mais.
Envolta na maré de turbulências, bem ao
feitio da oposição, a presidente ainda não se pronunciou. Suas primeiras
palavras podem dar uma pista sobre o quanto ela se abalou com a blitz de
ataques que vem sofrendo – ou, na direção oposta, revelar a quantidade de força
que irá dedicar para empreender a superação sobre a atual zona de sombras.
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Marcos Imperial