Balanços das gigantes do petróleo revelam uma
verdade inconveniente para os que apostam na derrocada da Petrobras: a estatal
brasileira supera seus concorrentes em vários quesitos, como aumento da
produção, dos investimentos e até do lucro, tanto no último ano, como numa
análise que retrocede a 2006; diante dos dados econômico-financeiros, fica
claro que a estatal, comandada por Graça Foster, está sendo submetida a um
ataque especulativo por forças que gostariam que o Brasil adotasse um outro
modelo para a gestão de suas reservas do pré-sal, menos nacionalista e mais
parecido com o mexicano.
Via 247 – Dias atrás, numa conversa reservada, o chefe de um grande banco de
investimentos no Brasil fez uma inconfidência. Afirmou que, se pudesse,
investiria todo o seu patrimônio pessoal em ações da Petrobras, estatal
brasileira que vem sendo castigada pelo mercado financeiro desde o início do
ano. Só não o faz porque, como responsável pela corretora de um banco, sofre
restrições legais para investir diretamente em ações da companhia.
Pessoas desse tipo, com acesso a informações qualificadas, estão
convencidas de que algo muito inusual ocorre hoje com a Petrobras. Desde
o início do ano, a ação da empresa comandada por Graça Foster recuou 26,7%, sem
nenhuma razão objetiva. Além disso, analistas do Brasil e de fora vêm
alardeando a tese de que a empresa, sem novos reajustes nos preços dos
combustíveis, poderia ter sua nota de risco rebaixada e ficaria impossibilidade
de investir nos campos do pré-sal.
Mas será que é realmente isso o que mostram os números da empresa?
Nada disso. A produção no pré-sal bate recordes sucessivos, acima de 415 mil
barris/dia, e os indicadores econômico-financeiros também são positivos.
Uma comparação feita entre os balanços da Petrobras com quatro
grandes rivais internacionais – Exxon Mobil, Shell, Chevron e BB – revela uma
verdade inconveniente para muitos arautos do caos: a Petrobras, ao contrário do
que dizem, ostenta números mais saudáveis do que suas rivais.
A começar pela última linha do balanço: a do lucro. De 2012 para
2013, a Petrobras avançou 1%, em dólar, enquanto Exxon caiu 27%, Shell recuou
35%, Chevron perdeu 18% e apenas a BP avançou impressionantes 113%.
A foto mais ampla, com dados de 2006 a 2013, também traz dados
muito positivos para a Petrobras. Entre as cinco, foi a única que expandiu sua
produção (11%), enquanto as outras caíram ou ficaram no mesmo lugar: Exxon
(-1%), Shell (-8%), Chevron (0%) e BP (-18%).
Outro ponto importante diz respeito aos investimentos. Das cinco,
a Petrobras, de novo, foi a que mais cresceu, com um salto de 228%, contra 114%
da Exxon, 85% da Shell e 152% da Chevron.
Ataque especulativo?
Diante dos dados, fica claro que a Petrobras, maior empresa
brasileira, está sob ataque. Sim, um ataque especulativo, movido por forças que
gostariam que o Brasil adotasse um novo modelo para a gestão das reservas do
pré-sal – de preferência, seguindo a inspiração mexicana, onde a estatal Pemex
aderiu a um regime de concessões aberto aos investidores externos.
No Brasil, desde a escolha do modelo de partilha, a empresa tem
sido submetida a vários questionamentos. Recentemente, em editorial, o jornal
Folha de S. Paulo defendeu um modelo mais mexicano e menos brasileiro. “A
Petrobras não pode nem precisa se envolver em todos os blocos. O interesse
nacional de produzir o máximo de petróleo no menor tempo possível – e de
coletar impostos e royalties – será mais bem atendido se houver outros
participantes na empreitada”, dizia o texto da Folha. Antes, a mesma tese havia
sido defendida pela revista Exame, da Editora Abril.
No entanto, uma ampla reportagem do jornal El Pais, publicada na
semana passada, afirmou que a Petrobras está anos-luz à frente da mexicana
Pemex. Os dados financeiros revelam que ela também não deve nada a gigantes
como Shell, Exxon-Mobil, Chevron e BP.
Confira, abaixo, uma análise comparativa dos
balanços da Petrobras com os de suas grandes concorrentes internacionais:
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Marcos Imperial