Leia aqui a íntegra do documento aprovado pelos
membros do DN na quinta-feira (20), em Brasília
Reunido
no dia 20 de março de 2014 em Brasília, o Diretório Nacional do Partido dos
Trabalhadores, aprovou a seguinte resolução política:
O
povo brasileiro chega ao final do primeiro trimestre de 2014 com a certeza de
poder comemorar, ao mesmo tempo, a consolidação e o aprimoramento da nossa
democracia, que venceu o obscurantismo dos tempos de ditadura; e o avanço na
superação das desigualdades sociais, nunca experimentado com tamanha amplitude
quanto agora.
O
Partido dos Trabalhadores tem por objetivo vencer as eleições presidenciais de
2014, reelegendo a Presidenta Dilma Rousseff para um segundo mandato por dois
motivos fundamentais: porque fazemos um balanço globalmente positivo de seu
mandato e para dar continuidade às transformações no Brasil, iniciadas pelo
Presidente Lula em 2003.
Quando
são lembrados os 50 anos do golpe e da instalação da ditadura militar, é
preciso que façamos uma análise crítica sobre o inacabado processo de transição
democrática. Saudamos a coragem e determinação de nosso governo em instalar e
fazer funcionar de forma autônoma a Comissão Nacional da Verdade e apontamos a
necessidade de que esta comissão vá além do papel de coletar dados e
informações sobre as atrocidades cometidas naqueles tempos, e realize um amplo
debate público sobre o direito à memória.
Foi
a longa e incansável luta de nosso povo que derrotou aquele regime e instalou,
naquele momento, uma tênue democracia, que agora se aprimora e se consolida,
mas que segue em construção. Para que possamos ter uma democracia plena devemos
criar as condições para a não repetição de situações como as vividas naquelas
épocas sombrias.
A
identificação dos responsáveis pela tortura e pelos assassinatos, longe de
parecer revanche, deve servir para que nosso povo tenha conhecimento dos reais
autores de tanta tristeza provocada a milhares de famílias brasileiras. Mas
para que façamos justiça aos democratas, socialistas, religiosos, estudantes,
jovens, donas de casa, trabalhadores e tantos outros que sofreram a covardia da
cruel agressão física e da supressão das liberdades democráticas, é preciso que
tenhamos posição enfática em prol da revisão da Lei de Anistia.
Neste
contexto saudamos a ação da bancada petista na Câmara dos Deputados pela
reconquista da Comissão de Direitos Humanos, fazendo com que ela retome suas
funções legítimas e históricas.
É
por tudo isso que os petistas, em todos os cantos do país, devem se juntar a
outros partidos e aos movimentos sociais para festejar a democracia sob o lema
“Ditadura, nunca mais!”
Foi
esta democracia que possibilitou que o primeiro operário e a primeira mulher
fossem eleitos Presidentes do Brasil, ambos filiados ao nosso PT. E foi pelo
compromisso de nosso Partido com as causas dos menos favorecidos, que nossos
governos aplicaram políticas de superação da miséria, de diminuição das
desigualdades sociais, de ampliação dos direitos e das oportunidades, de
combate a todas as formas de discriminação.
Passado
meio século do golpe que interrompeu a agenda progressista de reformas de base
anunciadas naquele tempo, o Brasil experimenta os avanços do ciclo virtuososo
dos governos liderados por Lula e Dilma. Nestes 12 anos, avançamos em reformas
significativas para o país, mas nos deparamos com o desejo cada vez mais
latente de realizarmos um conjunto de reformas estruturantes, já apontadas no
5° Congresso do PT.
Esse
salto no programa a ser apresentado pelo PT será conformado a partir da
mobilização e no diálogo com os movimentos sociais e através do debate político
com os partidos que compõem a nossa base aliada.
Nos
governos Lula e Dilma comemoramos constantemente o aumento do emprego. Temos
hoje uma das menores taxas de desemprego da história do país combinada com o
aumento da renda dos trabalhadores e a ascensão social de amplas camadas da
população. Enquanto o restante do mundo enfrenta crises econômicas e sofre com
índices de desemprego alarmantes, o Brasil demonstra estar preparado para
enfrentar todas as adversidades originadas na globalização excludente.
Enquanto
nossos opositores, nos partidos e na imprensa, cantavam a quatros cantos que o
Brasil poderia ter um pequeno crescimento econômico ou até não crescer, os
dados demonstraram que nossos caminhos são seguros e nosso crescimento
sustentável. Crescemos acima da média de centenas de países, sem submissão às
políticas recessionistas e excludentes que são aplicadas mundo afora!
Mesmo
assim, parcela da mídia brasileira faz questão de pintar um quadro
aterrorizador na economia, disseminando maus presságios sem fundamentos
técnicos, apenas com a clara intenção de tentar influenciar nas disputas
eleitorais. Chega a ser impressionante a distância apresentada por uma parcela
da mídia entre o Brasil verdadeiro, governado pelo PT, e o Brasil “deles”.
É
fundamental que o PT apoie firmemente todos os movimentos e iniciativas que
busquem a democratização das comunicações e uma nova ordem de informação a
nível internacional. Neste caminho é que nossas bancadas no Congresso Nacional
devem se esforçar para aprovar o novo marco civil para a internet, com a
neutralidade da rede proposta pelo governo.
Além
disso, devemos nos somar à iniciativa da CUT e outras entidades e ampliar as
ações que defendem a democratização da mídia através do Movimento para
Expressar a Liberdade, fazendo com que este debate chegue aos sindicatos,
universidades, escolas, igrejas, campos de futebol, etc. Somente com a ação
firme de nossos militantes é que esta campanha ganhará as ruas.
Ao
mesmo tempo devemos nos preparar para um dos maiores eventos esportivos do
mundo , a Copa do Mundo, que ocorrerá no Brasil a partir de junho. Os “velhos
do Restelo”, parafraseando Camões, ficam agourando o insucesso da Copa no
Brasil. Tentam, de todas as formas, estimular manifestações contrárias e
alardeiam a inexistência de legado a ser deixado pelo campeonato mundial. A
geração de empregos, a atração de turistas de todos os cantos do mundo e as
obras estruturantes – especialmente as de mobilidade urbana em todas as cidades
sedes - são ‘causa e consequência’ da realização do Mundial de Futebol no país.
Foi
o governo do Presidente Lula que conseguiu vencer a disputa pela realização da
Copa em 2014 e das Olimpíadas em 2016 e esses eventos esportivos mundiais são
motivos de orgulho para nosso povo, pois vamos realizar uma das melhores Copas
– e, posteriormente, as Olimpíadas - de toda a história.
Não
nos omitiremos, entretanto, de participar dos espaços das organizações e
movimentos que, sintonizados com essa compreensão do significado dos grandes
eventos para o desenvolvimento e projeção do Brasil no exterior, discutem seu
legado popular. Vamos usar estas oportunidades para repudiar toda e qualquer
forma de manifestação racista, seja no esporte ou contra qualquer cidadão da
etnia negra. Apoiamos a posição do governo brasileiro que tem condenado as
práticas racistas, xenofóbicas e de todo o tipo de intolerância.
Por
outro lado, o Diretório Nacional adverte para iniciativas legislativas que, em
nome do combate a ações violentas em manifestações, venham a se converter em
restrições dos direitos constitucionais e a repressão a ações legitimas e
pacificas dos movimentos sociais.
Sobre
a Ação Penal 470, o Diretório Nacional registra a decisão do Supremo Tribunal
Federal, que inocentou os companheiros do PT dos crimes de formação de
quadrilha e de lavagem de dinheiro. Ao mesmo tempo, repele as denúncias forjadas
sobre privilégios inexistentes para os companheiros ilegalmente aprisionados na
Papuda. É inaceitável a manutenção de companheiros no regime fechado quando,
por lei, já teriam direito ao regime semi-aberto.
Mais
uma vez estamos presenciando a oposição e os setores conservadores da nossa
sociedade fazer ataques para atingir a imagem da Petrobras. É importante
relembrarmos que a nossa maior empresa pública foi alvo da política de
privatizações no governo liderado pelo PSDB, apoiado pela elite nacional,
representado por FHC.
A
Petrobras é a mais sólida das empresas brasileiras com um lucro superior a 23
bilhões de Reais, e a sétima empresa de energia do mundo, tornando-se
competitiva no mercado internacional e simbolizando o arrojo do nosso projeto
de Nação. A tentativa da oposição e do conservadorismo nacional em atacar a
Petrobras é mais uma iniciativa daqueles que sucatearam o Estado brasileiro e
aprofundaram as desigualdades sociais.
A
defesa intransigente da Petrobras é a defesa do nosso projeto de Nação que tem
resultado no crescimento econômico e na justiça social. Um projeto que colocou
o Brasil “em pé” perante o mundo.
Com
a aproximação das eleições, nosso Partido deve aprofundar o debate sobre nossas
alianças, criando as condições objetivas para a vitória de nosso projeto com a
reeleição da Presidenta Dilma. O que devemos ter claro é a nossa opção pela
política de alianças firmada no programa de transformações sociais que nossos
governos estão promovendo. O que devemos exigir de nossos aliados é o forte
compromisso com a continuidade destas conquistas e com os avanços que vamos
construir conjuntamente.
Nossa
prioridade absoluta é a reeleição da Presidenta Dilma. A esta prioridade está
submetida nossa tática e nossas alianças estaduais conforme foi decidido pelos
delegados presentes no 4º. Congresso Nacional. Mesmo com os altos índices de
aprovação de nosso Governo e de nossa candidata ainda temos muito tempo até as
eleições. A nossa militância precisa estar atenta. É preciso manter a
mobilização, ampliar o debate com a sociedade e defender nosso legado de 12
anos de mudanças no país.
A
direção nacional do PT acompanhará os processos nos estados e no DF e
coordenará em conjunto com as direções estaduais o processo de decisões sobre a
tática eleitoral. Não vamos permitir alianças que conflitem com nossas
deliberações, assim como vamos estimular as chapas com nossos aliados no plano
nacional.
Está
dentro dos nossos objetivos, de acordo com as resoluções do 4º. Congresso
Nacional, a ampliação de nossas bancadas parlamentares, tanto nas Assembléias
Legislativas quanto no Congresso Nacional e reeleição de nossos governadores e
a eleição de novos governos petistas e aliados nos Estados.
Da
mesma forma, vamos apoiar a luta dos movimentos sociais e partidos democráticos
pela convocação da uma Constituinte Exclusiva e Soberana para realizar a
reforma política que o país tanto precisa. Vamos estimular a coleta de
assinatura no abaixo-assinado do PT. Neste sentido, conclamamos nossos
militantes a assumirem e organizarem esta campanha em todas as cidades.
Nosso
Partido deve estar comprometido com as lutas do movimento sindical e ser contra
o Projeto de Lei que tramita no Congresso Nacional prevendo a terceirização de
mão de obra e a precarização dos empregos no país, se associar ao movimento em
prol da votação imediata do Plano Nacional de Educação, assim como devemos nos
somar aos sindicatos na luta pela ampliação dos direitos dos
trabalhadores.
Nosso
Partido também deve se engajar firmemente nas lutas dos movimentos por moradia
que buscam a construção de uma pauta pela reforma urbana com mais moradia,
cidades mais sustentáveis, melhores condições de transportes e mais segurança.
Fortalecer o programa “Minha Casa Minha Vida” é determinante, particularmente
para a população de baixa renda. Da mesma forma, devemos nos somar à luta pelo
fortalecimento da reforma agrária e por uma política agrícola, tendo como base
os incentivos na agricultura familiar.
Reconhecemos
que o ano eleitoral é um ano de profundas e acirradas disputas, especialmente
quando estão em confronto visões de país tão distintas entre nós e nossos
adversários. Temos que desmascarar a tática dos que torcem e jogam contra o
Brasil. Nossos militantes devem estar preparados para estas disputas. Nosso
desafio é continuar em frente nas conquistas de nosso povo.
Nossos
militantes devem estar preparados para este embate. Nossos governos são
governos de conquistas e avanços, que devem permanecer e seguir adiante. É para
isso que construímos e consolidamos nosso Partido.
Brasília,
20 de março de 2014.
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Marcos Imperial