247 - A jornalista Laura
Capriglione, que já foi editora-executiva da revista Veja, questiona as ofensas
proferidas ontem contra a presidente Dilma Rousseff (PT) na abertura da Copa do
Mundo. Em seu blog no Yahoo (aqui),
ela afirmou que os torcedores que xingaram a presidente "são os mesmos
endinheirados que passaram os últimos anos dizendo que o estádio não
sairia". "Saiu", opõe ela.
"Há quem ache que o presidenciável
Aécio Neves deve usar o linchamento verbal contra Dilma em seu horário
eleitoral gratuito. Sabe de nada, inocente! Experimenta pôr a grosseria na
campanha... Porque vaiar, tudo bem. Mas xingar assim é falta de educação
demais, coisa de mal-agradecido traíra. E isso não se perdoa. Os marqueteiros
tucanos têm de ensinar ao seu eleitorado um pouco mais de polidez. Nem que seja
para aparecer na TV", diz.
Abaixo texto:
“Isso, se a senhora me permite, eu não
admito”, protestou o ajudante de pedreiro Afonso de Medeiros, 48 anos, negro,
evangélico, ex-dependente químico, morador na Favela do Moinho, centro de São
Paulo. O homem se referia aos xingamentos contra a presidente Dilma Rousseff,
durante o jogo de abertura da Copa do Mundo, no estádio de Itaquera.
“Ei, Dilma! Vai tomar no cu.”
O grito nasceu na ala vip e tomou a Arena
Corinthians. Entre os mais entusiasmados estava a colunista social do jornal “O
Estado de S.Paulo", que deve ter achado muito fina, elegante e sincera a
modalidade de protesto. Mas é isso que é a gente que diz que quer tomar o
poder?
“Isso não se faz com uma mulher, nunca”,
disse o pedreiro Medeiros, que assistia ao jogo em pé, diante da televisão
instalada no Bar do Grappite, logo na entrada da favela. “É covardia.”
E olha que a favela do Moinho era no dia
do jogo um reduto de manifestantes anti-Copa. Os “vândalos” que denunciaram os
gastos excessivos com a construção de estádios escolheram a favela para
assistir juntos ao jogo. Democraticamente, dividiram com torcedores fanáticos
de Neymar, Fred e Oscar o chão de terra batida do Moinho (chama-se assim porque
ali funcionou um antigo moinho das Indústrias Matarazzo).
Os anti-Copa, entretanto, não chegavam
aos pés dos vips do estádio de Itaquera no quesito vandalismo verbal. Um garoto
vestido com a camisa da Croácia, por exemplo, comemorou o gol adversário com
uma adaptação do bordão “Não vai ter Copa”. Virou “Não vai ter hexa!” Foi
abraçado entusiasticamente pelos demais e ficou nisso.
“Eu sou feminista, véi. Comigo não tem
essa de xingar mulher, mesmo que ela seja a presidente! A gente já é xingada
demais na vida: de puta, baranga, gorda, sapatona, malcomida, burra”, explicou
uma ativista que havia participado de protestos naquela tarde.
Dilma sabia que ia pro sacrifício. Quem
tem dinheiro para comprar os cobiçados ingressos Fifa não é o brasileiro que
costuma frequentar estádio (na porta, cambistas ofereciam os últimos tickets
por até R$ 2.000).
São os mesmos endinheirados que passaram
os últimos anos dizendo que o estádio não sairia. Saiu.
Que não haveria aeroportos pros gringos
aterrissarem. Houve.
O jornal da colunista até publicou que
haveria ataques do PCC na abertura. E necas.
Eles têm de estar revoltados mesmo: muita
contrariedade. O PT fundiu-lhes a cabeça.
O jeito foi extravasar nos moldes
odientos consagrados pelas redes sociais.
“Ei, Dilma! Vai tomar no cu.”
Há quem ache que o presidenciável Aécio
Neves deve usar o linchamento verbal contra Dilma em seu horário eleitoral
gratuito. Sabe de nada, inocente!
Experimenta pôr a grosseria na
campanha... Porque vaiar, tudo bem. Mas xingar assim é falta de educação
demais, coisa de mal-agradecido traíra. E isso não se perdoa.
Os marqueteiros tucanos têm de ensinar ao
seu eleitorado um pouco mais de polidez. Nem que seja para aparecer na TV.
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