
Eliana Rezende, GGN
"E se...
Se sua vida terminasse hoje? Se hoje
fosse seu último dia?
A pergunta já se repetiu tanto e por
tantos! A literatura, a ficção, a música, o teatro e as artes já fizeram essa
pergunta. É também a pergunta preferida de diferentes religiões e certamente
toma horas em sessões de terapia ou nas buscas de autoconhecimento.
Diria que é um exercício que poucos
desejam fazer já que a imortalidade parece ser um dado adquirido. Todos fazemos
planos, tecemos vidas e projetos imaginando que tudo estará igual
quando o dia amanhecer.
Nunca o amanhã será tarde demais e
esperar o outro dia é quase uma regra para tudo.
Mas, e se...
Quanto das tuas projeções,
realizações, pensares e viveres permaneceriam?
Quanto da tua energia criativa
estaria nas memórias de todos os que te vissem partir?
Quanto de "imortalidade"
tua passagem imprimiria em vidas e projetos alheios?
Afinal, o que mudaria quando você
não estivesse mais aqui?
E se você fosse uma marca?
Quanto de você sobreviveria à tua
ausência?
Quantas de tuas ações deixariam consequências, boas ou ruins, para
os que aqui ficassem? Sim, porque estranhamente os impactos das ações
realizadas ou não também deixam seu rastro.

Em geral, as pessoas vivem para si e seus projetos: alguns
pequenos e pessoais. Outros circunscritos aos seus
universos profissionais ou sociais. O que sempre passa desapercebido
são as suas repercussões e alcances.
Gosto de pensar sobre como seria a vida das pessoas se eu não
existisse. O que teria sobrado ou faltado em suas vidas. Quanto de minhas ações
conscientes ou inconscientes trariam ou subtrairiam em seus viveres.
Penso que esse exercício nos ajuda a dimensionar nosso
real valor. Este não é medido por cifras e bens: nenhum deles fará sentido
quando não estivermos mais aqui. Definitivamente não somos o que temos e sim
aquilo que somos.
O carro novo esperará na garagem até que outro o dirija.
Aplicações e saldos bancários terão que aguardar um inventário. Flores e grama
no jardim terão que esperar a próxima chuva. O cão estará deitado atrás da
porta. O porta-retrato ficará empoeirado até que alguém o guarde.
O livro com anotações para o prosseguimento da leitura esperará um
novo leitor. O armário com as novas roupas compradas na última estação esperará
ate que sirva de doação. Os certificados e diplomas serão papéis acumulados em
gavetas junto com demais números e documentos que comprovavam que um dia você
existiu. Correspondências se acumularão em alguma caixa postal e todos os
registros de vida digital simplesmente estarão dispostos como se nada tivesse
ocorrido. A louça sobre a pia, a cama por arrumar, o lixo na lixeira. Os
papéis sobre a mesa e a reunião inadiável esperará. Os livros estarão fechados
e os CDs silenciados. A coleção de filmes numa prateleira que como todo o resto
aguardará empoeirada a passagem do tempo.
Tudo o que acumulou estará ali. Não haverá mais donos, posses,
proprietários ou propriedades.
Mas, e se...
À titulo de inspiração deixo algumas trilhas para que você faça
sua reflexão.
Uma delas, o filme It's a
wonderful life, traduzido para o português "A Felicidade
não se Compra", de 1946.
"Capra e os roteiristas Frances Goodrich e Albert Hackett
tiveram uma ideia genial, brilhante, na narrativa de A Felicidade Não se
Compra, que muito mais tarde seria usada outras vezes no cinema: a de mostrar
uma realidade atual ou futura que poderia ter existido se não fosse por algo
que aconteceu no passado. É uma espécie de flashforward, para diante, em vez de
para trás, para um futuro alternativo, desviante, uma realidade paralela que
teria sido possível se as circunstâncias tivessem sido outras no passado. Se se
tivesse optado por entrar à esquerda numa bifurcação, em vez de pegar a direita
– como no poema de Robert Frost, a estrada que se abre em duas, e escolher uma
delas fará toda a diferença".
Creio que a grande maioria não assistiu esse filme, e
provavelmente agora seja uma excelente oportunidade. Que tal assistir?
Recomendo.
Aqui vai o link do filme
original e legendado:
A fórmula bem sucedida de Capra repetiu-se algumas vezes, e em um
filme bem mais recente a ideia de ir e vir ao passado, presente e futuro para
transformar eventos, vidas e acontecimentos encontra de novo as telas. A
trilogia "De volta para o Futuro", de 1985 dirigida por Robert
Zemeckis.
Se assistiu reveja com esse novo olhar e se não viu, não perca a
oportunidade.
Deixo igualmente um link de sugestão:
Indo por uma outra trilha você também pode fazer sua reflexão
usando música.
Escolho duas, uma nacional e outra internacional. Nos dois casos
as letras remetem a esse pensar sobre o vivido, por isso atenção à elas!
Escrito por: Eliana Rezende - Curitiba, Março de 2014 If Today Was
Your Last Day - Nickelback
Há a possibilidade do olhar de balanço pelo que deixou de ser feito, dito, sentido. Epitáfio dos Titãs:

Comentando a respeito de tais arrependimentos, a Drª Ana Célia Arantes, do Hospital Israelita Albert Einstein explicita sua interpretação e significado para a vida dos pacientes.
Acompanhe:
Bom, mas...
E se...

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Marcos Imperial