Tendência do partido é lançar Marina Silva
candidata, mas antes a ex-senadora, que era companheira de chapa de Eduardo
Campos, terá de superar divergências internas na legenda, agora presidida por
Roberto Amaral; racha passa pela transformação da própria candidata, que deve
se tornar menos personalista e mais identificada com o projeto partidário;
basicamente, a garantia à cúpula de que assumirá os compromissos de
Campos; fora do PSB, ela enfrentará a migração de candidatos a governos
fortes no agronegócio, que antes apoiavam Campos, para a candidatura de Aécio
Neves (PSDB), como Pedro Taques (PDT), no Mato Grosso, e Ivo Sartori, no Rio
Grande do Sul; PSB convocou para a próxima quarta-feira 20 reunião para decidir
candidato.
Via 247 – À espera das últimas homenagens a Eduardo Campos, que deve
ser sepultado no início da semana que entra, Marina Silva, que está hospedada
em um apartamento na capital paulista, pede um "momento de luto"
antes de voltar a discutir o cenário político. Todos sabem, porém – ela e a
direção do PSB, ao menos – que seu nome é o mais provável a ser lançado no
lugar do ex-governador de Pernambuco, que seria candidato não fosse o trágico
acidente aéreo que causou sua morte na quarta-feira 13.
A formalização de sua candidatura,
porém, passa por enfrentamento de problemas dentro e fora do PSB. Quanto mais a
cúpula do partido demora a dar um sinal de como será o futuro, mais fica claro
o racha da legenda. A legenda convocou para a próxima quarta-feira 20 uma
reunião para decidir como ficará a candidatura. Ontem, o irmão de Eduardo
Campos, Antônio, se posicionou favoravelmente à
candidatura de Marina. Pouco depois, o partido mandou um recado, por meio de nota, ao dizer
que estava de luto e a decisão se daria por "exclusivo critério" do
PSB.
O cenário dá
sinais de que a divisão vai além de marineiros e eduardistas. Já havia, antes
mesmo do anúncio da chapa Campos-Marina, diferenças em diversas alianças
estaduais e em pontos de vista, a exemplo da aliança com o setor do
agronegócio. O ponto mais importante para a direção pessebista agora, no
entanto, seria a garantia, por parte da ex-senadora, de que ela daria
continuidade ao projeto do líder incontestável do partido, sem fazer uma
campanha personalista, como fez em 2010, e sim mais identificada com o projeto
partidário.
Fora do
partido, a ex-ministra tem como principais desafios a resistência de candidatos
de governos fortes no agronegócio. No Mato Grosso, Pedro Taques (PDT), que
apoiava Campos, já rechaçou uma eventual candidatura de Marina e afirmou que
migrará para a candidatura do tucano Aécio Neves (PSDB). A cúpula do PMDB
avalia que seus dois candidatos a governos estaduais que apoiavam Eduardo
Campos não ficarão ao lado de Marina. Nelson Trad (MS) e Ivo Sartori (RS)
também são de estados com forte atuação do agronegócio. Eles sabem que, se
apoiarem a líder da Rede, perdem votos.
Recentemente, Eduardo Campos
acalmou os ânimos dos empresários do setor ao discursar em sabatina na
Confederação Nacional da Agricultura (CNA). Sua fala foi focada no
"diálogo" e contra o "preconceito" ao agronegócio, com várias
citações a Marina Silva. Ele foi o candidato mais aplaudido no evento. Cabe
agora a ela dispersar o clima de preocupação que se criou sem Campos no páreo.
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Marcos Imperial