Marina Silva, candidata do PSB à Presidência - Fernando Donasci / Agência O Globo.
SÃO PAULO — O protagonismo na disputa eleitoral da candidata à
Presidência da República pelo PSB, Marina Silva, já afeta sua imagem virtual
nas redes sociais. Simpatizantes e militantes dos dois principais adversários -
a presidente Dilma Rousseff (PT) e o senador Aécio Neves (PSDB) – concentram os
ataques a ex-senadora que, hoje, já é criticada em seis de cada dez menções
feitas sobre ela no mundo virtual.
Desde a morte do ex-governador de Pernambuco Eduardo Campos,
Marina é, entre os três principais postulantes ao Planalto, a mais pesquisada
no Google e a mais citada no Twitter, com mais do que o dobro das interações na
ferramenta social. Para tentar equilibrar a disputa, o principal cabo eleitoral
do PT, o ex-presidente
Luiz Inácio Lula da Silva estreou, na terça-feira, no Twitter.
A pedido do GLOBO, a consultoria espanhola Llorente & Cuenca
avaliou as fragilidades de Marina - e o dos outros dois principais candidatos à
Presidência - e concluiu que a candidata do PSB corre maior risco de ser
criticada, quando se fala sobre sua capacidade de gerir crises, formar equipes
e em questões éticas, ligadas a seu posicionamento pessoal em relação a temas
como aborto e união civil entre pessoas do mesmo sexo.
A campanha do PSB minimiza o impacto na imagem virtual de Marina e
afirma que o quadro é uma consequência natural ao novo protagonismo da
candidata na disputa. Diferente de 2010, quando oito de cada dez citações sobre
a presidenciável era positiva, Marina enfrenta hoje um hoje um cenário de
ataque direto:
- É necessário separar o que é material da militância partidária
do que é a manifestação do eleitor. Se você não faz esse filtro, temos um
resultado artificial. Esse índice acaba refletindo de forma muito errática a
militância partidária. Na eleição de 2010, esse fogo da guerrilha virtual ficou
entre Serra e Dilma. E é muito visível na campanha atual que isso se manteve
até o acidente do Eduardo. Quando a Marina entra para valer na disputa, essa
militância se voltou contra ela afetando a mensagem sobre ela – afirmou o
coordenador de Mídias Sociais da campanha do PSB, Caio Túlio Costa.
A análise identificou que o lançamento da candidatura de Marina
Silva aumentou diretamente o grau de influência dela nas redes. Apesar ter,
entre os três candidatos, um dos perfis virtuais mais sólidos, Marina estava
escanteada da discussão virtual por conta do papel secundário na campanha do
PSB até o dia da tragédia. A Llorente & Cuenca identificou que o alto
volume de menções ligadas a esta dimensão foi um reflexo direto da morte de
Eduardo Campos.
A pesquisa aponta ainda que Marina tem, nas redes sociais, uma
grande oportunidade em se posicionar em relação às críticas. Isso porque,
segundo o levantamento, os principais influenciadores da rede – perfis das
redes sociais que atingem o maior número de usuários com maior repercussão –
tendem a repercutir mais as suas declarações.
A campanha do PSB adotou duas estratégias para pautar as redes e
controlar os ataques da militância virtual contra a candidata. Diariamente, há
uma programação de assuntos pré-definidos que a campanha apresenta a militância
que não leva em conta a pauta do dia. Outras ações são criadas com base na
agenda política do momento.
- Evidentemente não temos como ignorar o que está sendo o assunto
do momento nas redes. Tentamos responder especificamente cada tema com ações
específicas por grupos ou temas – afirmou Costa explicando como a militância
adversária é moritorada.
- Não intervimos a cada ataque. Por enquanto, muito do que se fala
fica restrito a militância. Não repercute. Se ultrapassar a barreira da
militância, entramos para explicar o nosso lado – concluiu.
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Marcos Imperial