Mudança na meta fiscal aprovada em votação de mais de 17 horas no
Congresso Nacional contempla desonerações de impostos e investimentos.
Após uma longa sessão, deputados e senadores aprovaram, na
madrugada desta quinta-feira (4), o Projeto de Lei do Congresso Nacional (PLN)
36/ 2014, que permite ao governo deduzir da meta de superávit o total dos
gastos do Programa de Aceleração do Crescimento (PAC) e as desonerações
tributárias para estímulo a setores produtivos.
Para o líder do governo na Câmara, deputado Henrique Fontana
(PT-RS), o resultado da votação no Congresso corrobora a política econômica que
venceu as eleições de outubro. “A votação de hoje estabiliza a politica
econômica para uma nova fase da economia, atenta aos movimentos da economia
global”, destacou.
Fontana lembrou que os tucanos, em 2001 fizeram o mesmo movimento,
ao alterar a meta de superávit fiscal daquele ano. A mudança na Lei de
Diretrizes Orçamentárias (LDO) não é novidade. Esse precedente foi aberto pelo
governo Fernando Henrique Cardoso.
“Isso resulta na completa desmoralização do discurso da oposição”,
completou o líder do PT na Câmara, Vicentinho (SP).
“Mesmo com o ajuste promovido pelo governo na época, não se
conseguiu cumprir a meta estabelecida. E vamos recordar que o governo tucano quebrou
três vezes o Brasil”, continuou.
O senador Lindbergh Farias (PT-RJ) ainda destacou que o colega
Aécio Neves (PSDB-MG) teve papel de destaque na mudança feita pelos tucanos em
2001. “Em 2001, o PSDB alterou a LDO. O senador Aécio Neves era o líder do
partido na Câmara e não encontrei nenhum discurso contra a alteração da meta do
superávit”, disse.
Para o senador, em vez de debater o tema, a oposição tentou usar a
votação para acusar a presidenta de um fantasioso crime de responsabilidade com
o intuito de continuar flertando com o golpismo. Aécio Neves, que foi a tribuna
após Lindbergh, continuou o coro de acusação da oposição e não rebateu os
apontamentos do parlamentar petista.
Decreto - Outra acusação falsa
levantada pela oposição, de que o governo teria editado o Decreto 8.367/2014 como
parte da negociação para a aprovação do PLN 36/2014 foi rebatida por Henrique
Fontana.
Segundo o deputado, o governo foi obrigado pela Lei de Diretrizes
Orçamentarias (LDO), que inaugurou o orçamento impositivo das emendas
individuais, a editar o decreto que condiciona a liberação de emendas
parlamentares à votação da alteração da meta pelo Congresso.
“Esse descontingenciamento é obrigatório, fruto de um orçamento
impositivo aprovado por este Plenário e tenta se dar uma conotação
absolutamente inaceitável”, disse.
Saiba Mais:
-Entre 2011 e 2012, o governo federal garantiu a economia de R$ 100
bilhões a partir de cortes nos gastos do orçamento. Tal economia possibilitou
investimentos no Programa de Aceleração do Crescimento (PAC) e desonerações
tributárias;
- À época da aprovação da política de desonerações, que se iniciou
em meados de 2012 e beneficiou mais de 50 setores da economia, diversos
parlamentares que, hoje, acusam a presidenta Dilma de ter provocado
desequilíbrio nas contas públicas, aprovaram a medida;
- Gastos com investimentos foi o que mais aumentou no orçamento, o
que desmonta a tese da oposição de gastos sem responsabilidade;
- Ajuste na LDO não é cheque em branco para o governo federal. O
objetivo é acelerar a recuperação da nossa economia e garantir estabilidade e
avanço social;
- Não é a primeira vez que o Congresso vota ajuste do superávit. A
contar do governo do ex-presidente Fernando Henrique Cardoso, esta é a sétima
vez que a meta do superávit é alterada;
- Governadores dos partidos da oposição não seguem os
representantes no Congresso e apoiam a alteração da LDO;
- Dos 20 países que compõe o G20, 17 estão fazendo déficit fiscal.
O Brasil está pediu autorização ao Congresso para ser um dos três que vão fazer
um superávit menor, sem déficit;
- Superávit primário é a diferença entre gastos e despesas do
governo para pagamento de juros da dívida pública.
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Marcos Imperial