Fernando Brito, Tijolaço
"O Brasil, como se sabe, está falindo.
Tanto que a Folha ajudou, outro dia, a campanha da
Federação das Indústrias contra o “custo dos salários” na indústria
brasileira.
Seria, na visão deles, o que estaria fazendo o Brasil “perder competitividade”.
Não os juros altos, claro, nem
o câmbio depreciado. Muito menos as políticas restritivas de comércio
ou a manipulação de preços feitas pelos países ricos.
É o “demônio” do trabalhador.
E o “diabo” do Estado.
E o “coisa-ruim” do salário-mínimo, que faz
déficit público na Previdência com este absurdo de valor, que vai agora
para R$ 790, porque não temos o Armínio Fraga para dizer que está muito alto.
Enquanto isso, os bravos rapazes, herdeiros de
nossa perversidade colonial, vão comprando suas BMW, embora sufocados com o
preço com que ficam por aqui, com estes malditos impostos.
Mas compram.
Tanto que o Infomoney, o
guia econômico do coxismo, agora que não tem mais especulação
da bolsa com pesquisa eleitoral, anuncia que a BMW está trazendo
mais dois modelos de luxo para cá.
Um conversível e um coupé, duas tetéias de R$ 210
mil para cima.
Quase cinco noitadas daquele “Rei do Camarote”que,
aliás, prefere uma Ferrari.
Um absurdo.
Assim o Brasil não pode funcionar."
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Marcos Imperial