Ministro da Secretaria-Geral da Presidência negou
nesta manhã, durante café da manhã com blogueiros, que o ajuste fiscal
anunciado pelo governo nas últimas semanas contradiga o projeto de
desenvolvimento do governo; Miguel Rossetto ressaltou que as medidas são
necessárias para a continuidade das políticas sociais; "O que temos são
limites fiscais. Não há alteração de rumo, de estratégia, nenhuma
guinada", afirmou; sobre os ajustes nos benefícios, que geraram protestos
de centrais sindicais ontem em vários pontos do País, ele ressaltou: "os
direitos sociais são intocáveis. O que estamos fazendo é corrigir
distorções".
Luana Lourenço - Repórter da Agência Brasil
O ministro da Secretaria-Geral da Presidência,
Miguel Rossetto, defendeu nesta quinta-feira 29 o ajuste fiscal anunciado pelo
governo nas últimas semanas. Ele negou que as medidas contradigam o projeto de
desenvolvimento do governo e ressaltou que elas são necessárias para a
continuidade das políticas sociais.
No último dia 19, o ministro da Fazenda,
Joaquim Levy, anunciou aumentos na tributação de cosméticos e mercadorias
importadas, reajustes de juros sobre o crédito e mudanças na tributação que
podem refletir em aumentos no preço do diesel e da gasolina.
Rossetto negou qualquer alteração ideológica,
politica ou estratégica por parte do governo. "O que temos são limites
fiscais. Não há alteração de rumo, de estratégia, nenhuma guinada. O governo
tem que ter capacidade de modulação de suas políticas para sustentar a
estratégia de crescimento, de geração de emprego, de aumento dos
investimentos", destacou em entrevista durante café da manhã com
blogueiros, no Palácio do Planalto.
"Ao longo da nossa experiência, o governo
foi capaz de, com medidas econômicas, estratégicas, conjunturais, responder às
mudanças de cenários externos e internos preservando a estratégia de
crescimento com geração de emprego, preservando a renda do povo brasileiro,
priorizando a renda pública para os grandes programas que garantem direitos
sociais", avaliou.
Segundo o ministro, os impactos das medidas
recém-anunciadas são bem menores do que o de ajustes fiscais adotados por
países em crise, como a Grécia. Ele reafirmou que as medidas não vão
comprometer os repasses para políticas sociais e disse que o governo prepara
novos programas nessa área.
"A agenda do país é uma agenda de
continuidade do crescimento, da geração de emprego, da preservação da renda,
dos grandes programas que mudaram o país e que vão continuar com mais força e
mais intensidade. Estamos preservando investimentos, programas sociais e vamos
inaugurar novos para sustentar isso que ocorre no país, que são mudanças
estruturais muito importantes", destacou Miguel Rossetto.
Perguntado sobre a eventual redução de
direitos trabalhistas com as mudanças nas regras do seguro-desemprego, ele
disse que as medidas foram tomadas para corrigir distorções no benefício e
desestimular a alta rotatividade no mercado brasileiro. "Os direitos
sociais são intocáveis. O que estamos fazendo é corrigir distorções. Estamos
mantendo o seguro-desemprego". Na próxima semana, o ministro terá nova
reunião com centrais sindicais para discutir as mudanças nas regras de
concessão dos benefícios, que entraram em vigor por meio de medida provisória.
Confira aqui o áudio da conversa do
ministro com os blogueiros.
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Marcos Imperial