Presidente americano Barack Obama rebate repórter
da Globo, em pergunta a presidente Dilma: "Bom, eu na verdade vou
responder em parte a questão que você acabou de fazer para a presidente
[Dilma]. Nós vemos o Brasil não como uma potência regional, mas como uma
potência global"; "A imprensa brasileira, cada vez um retrato mais
caricato de nossas elites, é um prato cheio para o complexo de vira-latas
do Brasil", diz o Tijolaço.
Por Fernando Brito, do Tijolaço
O complexo de vira-latas do Brasil, hoje, latiu mais alto.
Perguntada pela repórter da Globo, diante de Barack Obama, sobre
como conciliar a posição do Brasil, que se via como potência mundial, e que era
visto pelos EUA como potência regional, Dilma Rousseff nem pôde começar a
falar.
Um decidido Obma tomou a palavra para dizer à repórter que
“não senhora, nós vemos o Brasil como potência mundial”.
“Bom, eu na verdade vou responder em parte a questão que você
acabou de fazer para a presidente [Dilma]. Nós vemos o Brasil não como uma
potência regional, mas como uma potência global. Se você pensar (…) no
G-20, o Brasil é um voz importante ali. As negociações que vão acontecer em
Paris, sobre as mudanças climáticas, só podem ter sucesso com o Brasil como
líder-chave. Os anúncios feitos hoje sobre energia renovável são indicativos da
liderança do Brasil”
E fez um longo histórico do papel decisivo que o Brasil desempenha:
“o Brasil é um parceiro indispensável” e uma série de considerações sobre o
papel de nosso país, que você pode ver no vídeo abaixo, em espanhol.
O importante – e triste – é ver que a mentalidade dominante nos
meios de comunicação – e em todo o pensamento conservador – é que ao nosso país
está destinado um papel de vassalagem, em troca de ser um “gerente regional”
destinado, no máximo, a manter sob controle os “índios” sul-americanos.
E interpretar como algo danoso a expansão de nossas relações com a
África, com a Ásia e, especificamente, com a China como uma “traquinagem” que
desagradaria os EUA e faria perdermos seus “favores”.
É exatamente o contrário – e a mente destas pessoas não alcança
isso.
O Brasil será tanto mais respeitado, considerado e terá relações
mais produtivas com os Estados Unidos quanto mais se afirmar como um parceiro
mundial pelas nossas próprias pernas.
Um Brasil que interessa como parceiro à China, aos países
africanos, à própria Europa interessa muito mais aos Estados Unidos que um
capacho à espera de suas ordens.
Aliás, o capachismo aparece bem claramente quando o repórter da
Folha vai perguntar a opinião de Obama sobre a “Lava Jato”. É muito sabujismo,
quem sabe atrás de uma manchete do tipo “Obama exige apuração completa na
Petrobras”.
A imprensa brasileira, cada vez um retrato mais caricato de nossas
elites é um prato cheio para o complexo rodrigueano com que abri este post.
E que, além daquilo, também sacode alegremente a cauda diante do
dono.
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Marcos Imperial