Assim como a
Vale, o banco BTG Pactual – de André Esteves – teve o PMDB como destinatário
principal das doações de campanha em 2014. Do total de R$ 51,3 milhões
investidos por empresas do grupo em partidos e em candidatos, R$ 20,3 milhões
ficaram com o PMDB. Ou seja, 40% do total. Esteves foi preso ontem pela Polícia
Federal, após ser delatado na Operação Lava-Jato.
Em seguida vêm,
empatados, PSDB e PT, com R$ 10,9 milhões cada, somando outros 40% do total. Os
dados são da Justiça Eleitoral, organizados pelo blog. Os números chamam a
atenção porque, ao contrário dos tucanos e petistas, o PMDB não tinha candidato
à Presidência da República – que costuma motivar boa parte das doações de
campanha.
Se tomarmos
somente o dinheiro investido nos comitês financeiros e diretórios, a
porcentagem para o PMDB salta para mais de 50%. De um total de R$ 35 milhões
doados pelo banco de André Esteves (carioca da Tijuca, dono de um patrimônio de
R$ 8 bilhões) em 2014, R$ 18,6 milhões foram para o PMDB.
Desses R$ 18,6
milhões, R$ 10 milhões foram para o Diretório Nacional, e R$ 3 milhões para o
PMDB fluminense. Um sexto deste valor – R$ 500 mil – foi repassado pela direção
estadual para a candidatura à reeleição do deputado Eduardo Cunha, atual
presidente da Câmara.
Os outros
diretórios nacionais mais contemplados foram o de São Paulo (terra do
vice-presidente Michel Temer), com R$ 1,5 milhão, Rio Grande do Norte (do
ex-presidente da Câmara, Henrique Eduardo Alves), com R$ 1,1 milhão, e Roraima
(do senador Romero Jucá, muito poderoso no partido), com R$ 1 milhão.
"As
empresas que fizeram doações de campanha são: BTG Pactual S.A (R$ 37,3
milhões), BTG Pactual Asset Management S.A. Distribuidora de Títulos e Valores
Mobiliários (R$ 5,2 milhões), BTG Pactual Comercializadora de Energia Ltda (R$
3 milhões), BTG Pactual Gestora de Recursos Ltda (R$ 2,9 milhões) e BTG Pactual
Corretora de Títulos e Valores Mobiliários S.A. (R$ 2,9 milhões). Estão
computadas aqui tanto as doações para candidatos como para comitês e
diretórios."
DOAÇÕES DA VALE
Não há relação
aparente entre o BTG Pactual e a Vale. Mas os dois grupos coincidem na especial
atenção ao PMDB – um partido que exerce seu poder principalmente no Congresso.
Dos R$ 49 milhões investidos por seis empresas da Vale em comitês financeiros e
diretórios, em 2014, R$ 24 milhões foram para o PMDB. Entre os candidatos
individuais, Cunha também foi um dos principais contemplados.
Curiosamente, o
candidato em que o banco de André Esteves mais investiu, após a presidente
Dilma Rousseff (R$ 9,5 milhões) e o candidato Aécio Neves (R$ 7,5 milhões), foi
a do candidato ao governo amazonense pelo PMDB, Eduardo Braga – hoje Ministro
das Minas e Energia. Via 247.
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Marcos Imperial