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Nos últimos 11 anos, o
percentual da população negra de baixa renda caiu 86%, levando-se em conta
critérios como baixa escolaridade e acesso restrito a serviços e bens. Os dados
constam de uma pesquisa do Ministério do Desenvolvimento Social e Combate à
Fome (MDS), feita com base em uma metodologia adotada pelo Banco Mundial. O
resultado foi apresentado pela ministra Tereza Campello na terça-feira (26),
durante reunião do Conselho Nacional de Promoção da Igualdade Racial.
“Ainda há muito trabalho pela
frente, mas já temos um País menos desigual”, observou Tereza Campello. O
levantamento considera várias dimensões da pobreza além da renda e mostra que,
no período em que a população negra cresceu no País, a queda da pobreza crônica
foi mais acentuada entre negros do que entre brancos.
Entre 2002 e 2013, a pobreza
crônica entre negros diminuiu de 12,6% para 1,7% da população. O número
representa 1,8 milhão de pessoas, de acordo com dados da Pesquisa Nacional por
Amostra de Domicílios (Pnad), do IBGE, divulgada no ano passado. Entre a
população negra rural, a queda também foi expressiva: de 28,6% para 4,9%.
Segundo o MDS, 75% dos
beneficiários do Bolsa Família, cerca de 10,3 milhões, são negros. Nos últimos
quatro anos, 4,3 milhões de famílias chefiadas por negros acessaram programas
inclusão produtiva do Brasil Sem Miséria, tanto em áreas urbanas como rurais.
O aumento da formalização é
outro resultado detectado pela pesquisa do ministério. Dos 525 mil
microempreendedores individuais no Brasil (MEI) que são cadastrados pelo Bolsa
Família, 63%, ou 332 mil, são negros. Também chama a atenção o número de
famílias de negros que recebem assistência técnica pelo Programa de Fomento às
Atividades produtivas Rurais: 45%, cerca 166,3 mil famílias.
Por fim, o maior acesso dos
negros a políticas públicas do governo federal também se reflete no setor de
habitação. De acordo com o levantamento do ministério, 68% das unidades
habitacionais do Minha Casa Minha Vida, cerca de 497,3 mil, foram entregues a
famílias chefiadas por negros, entre 2011 e 2014. Do mesmo modo, 64% das
crianças beneficiárias do Bolsa Família e que frequentam creches são de
famílias de negros.
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Marcos Imperial