segunda-feira, 21 de dezembro de 2015

Fernando Mineiro: “Minha candidatura não é condicionada ao PSD”

O deputado estadual Fernando Mineiro (PT) ainda aguarda o apoio do governador Robinson Faria (PSD) à sua candidatura a prefeito de Natal, em 2016. A aliança era dada como certa após o apoio entre os respectivos partidos no pleito estadual de 2014 ainda não foi garantida pelo governador, que declara esperar um quadro melhor definido, embora elogie a atuação do líder do seu governo na Assembleia Legislativa. Por outro lado, Robinson já anunciou apoio à reeleição do prefeito de Mossoró, José Silveira Júnior (PSD). Apesar disso, Mineiro diz que a disposição do seu nome a prefeito da capital independe da posição   que o governador vier a tomar.  

“Minha candidatura não é condicionada à decisão do PSD, até porque quando nós apoiamos o governador não fizemos nenhuma exigência. Não faço política dessa maneira. E eu tive um papel, modéstia à parte, muito decisivo na formação do acordo do PT com o partido do governador”, afirma o pré-candidato.

Fernando Mineiro considera que a decisão favorável do PSD ao seu nome na disputa ao pleito municipal seria importante politicamente, mas avalia que o processo de formação de alianças está paralisado por motivos como a indefinição política em nível nacional, além das mudanças de regras eleitorais, com o adiamento dos prazos de filiação. “É óbvio que nos orgulhará muito ter o apoio do governador e do PSD, mas é uma decisão deles. Independente do apoio, vamos apresentar a candidatura e debater a cidade. Claro que teremos o maior prazer e é importante, politicamente, ter o apoio dele (governador)”, pontua.

Mineiro ainda reforça que a relação do PT com o governo não foi abalada pela saída do grupo da senadora Fátima Bezerra (PT) da gestão, ao contrário do que fora especulado. “É preciso fazer justiça: a senadora Fátima nunca propôs rompimento com o governo”, salienta.

Terceiro colocado na disputa pelo Executivo municipal em 2012, o deputado argumenta que cada pleito é diferente e o eleitorado de Natal já é outro daquel de há  3 anos. Aponta que o eleitor está mais atento, mais politizado, e que os resultados dependem das  circunstâncias atuais. Reconhece que o PT enfrenta uma crise, mas acredita que ele vai se renovar.

Para o pré-candidato, sua possível gestão se baseará no diálogo, especialmente na área de mobilidade e no desenvolvimento urbano e econômico da cidade. “Precisamos pensar a cidade de uma maneira articulada com a Grande Natal. Pensar que o que acontece aqui, acontece nas outras cidades, nas suas vizinhanças, e é preciso sentar com os outros. A (atual) administração é muito isolada. Isolada da sociedade porque não dialoga com nenhum setor”, critica. “Quais são as notícias de diálogo, quer seja com o setor empresarial, seja com os trabalhadores, com os vários setores da sociedade, com a juventude e as mulheres?” questiona em seguida. Ele argumenta que a capital potiguar é uma cidade “parada no tempo”, em termos administrativo e de visão de urbe. “Nós vamos ter uma cidade para as pessoas e não para o contentamento do gestor que acha que é legal fazer maquiagem”, reforça.


Questionado em que diverge o seu do discurso do pré-candidato do PSOL, Robério Paulino, que em entrevista ao NOVO, há duas semanas, também defendeu diálogo da gestão com a população, Mineiro declara: “Eu falo por mim. Acho que a diferença não é a questão de discurso. É discurso e prática. Eu não tenho, por princípio, ficar julgando e avaliando o que me diferencia de outro. Assumo posições claramente e acho que é isso que tem que nos nortear. Cada um tem um jeito de fazer política”. 

Mineiro defende a descriminalização da política e avalia que ela é a melhor maneira de debater os problemas e soluções para a cidade. “Nem todo político é igual, porque nem todo eleitor é igual. É uma coisa meio óbvia. Tem uma onda de criminalização da política e a gente precisa entender que para enfrentar as crises e o desânimo, só há uma receita: mais e mais política, não negá-la”, conclui.

PT é maior que erros dos filiados, defende deputado
Envolvido em escândalos nacionais, no meio de um processo de impeachment da presidente Dilma Rousseff, e com baixa aprovação popular, o Partido dos Trabalhadores enfrenta uma crise, reconhece o pré-candidato Fernando Mineiro. Ainda assim, ele avalia que a situação não desestabiliza a candidatura do partido ao executivo municipal da capital potiguar.

“O PT realmente vive uma crise, suas dificuldades, afinal de contas é um partido que está no governo há quatro mandatos presidenciais. Isso tem impacto na vida do partido. Mas o PT é um partido que se rejuvenesce, tem muitos jovens - o que mais teve filiações no Brasil - e tem essa capacidade de se reposicionar. Tenho certeza disso”, assegura. 

O deputado ainda destaca que, em média, 85% das pessoas não votam em uma pessoa por causa do seu partido, mas pela história do candidato e pelas suas propostas para a cidade.

Mineiro argumenta que o partido é maior que os erros de seus filiados e filiadas e diz que, muitas vezes, vê pessoas “de fora” falarem do PT “como se entendessem mais do partido do que quem está dentro”. “Acho que o partido tem seus problemas e dificuldades, mas o PT é muito maior do que qualquer dificuldade e erro dos seus filiados e filiadas”, pondera. 

Não dá para confundir instituição com indivíduos”, frisa o parlamentar, fundador e integrante do partido há 35 anos. Ele afirma que a legenda já se reuniu para formar uma chapa com vários nomes também para o legislativo municipal, com homens  e mulheres “representantes de vários segmentos”. 

Propostas
O pré-candidato do PT vai discutir ações de mobilidade urbana para além da pintura de “uma faixa azul no asfalto”. Para ele, a Prefeitura precisa pensar de forma mais articulada o sistema de transporte, incorporar ciclovias e pensar com outros modais de transporte como o BRT. “Precisamos discutir a questão da Grande Natal, chamar os prefeitos, por exemplo, de Parnamirim, Macaíba, São Gonçalo, São José de Mipibu, Extremoz, as cidades mais próximas, fazer uma mesa de discussão para resolver os problemas de mobilidade conjuntamente. Natal não vai conseguir fazer isso sozinha”, salienta. 

Quanto ao desenvolvimento econômico, avalia que a capital potiguar, conhecida mundialmente pelo turismo, não conta com uma política específica sobre o assunto. “Não há articulação com a cultura, com a produção artesanal. Não tem um projeto para o turismo na cidade. É um destino que é vendido no mundo todo, mas é vendido pelas ações muito mais do estado e do setor privado do que da administração (municipal), que não tem uma atuação proativa”, critica.

Ele sugere ainda que Natal precisa de uma política de compras governamentais para micros, pequenos e médios empresários. Também defende reformas na saúde municipal, na educação e nas políticas para a juventude. 


Gestão de Carlos Eduardo
Fernando Mineiro faz oposição ao prefeito Carlos Eduardo Alves (PDT) e afirma que considera sua forma de administração “tradicional”. “Segue uma cartilha que foi inaugurada em nossa cidade no início dos anos 1990, pela ex-prefeita Wilma (de Faria), que aliás é a vice dele. Basicamente é o mesmo grupo que está aí há décadas. Wilma foi prefeita por três mandatos, Carlos Eduardo foi vice da Wilma, hoje ela é vice dele”, lembra. 

O pré-candidato ainda afirmou que o prefeito se preocupa apenas em pintar meio-fio e enfeitar a cidade em áreas nobres, enquanto “esquece” bairros populares da capital, como é o caso do Alecrim. “É o maior centro comercial da cidade, talvez do Brasil (proporcionalmente) e é um abandono total. Não faz sentido ter um centro comercial tão forte e importante abandonado. Abandonado por quê? Porque ali é aonde vai o povo, os setores populares. Não há o mínimo de respeito com essas pessoas. É uma administração que se contenta com a mesmice e blindada por boa parte da mídia”, acusa.


Impeachment
O processo de impeachment aberto pela Câmara dos Deputados é avaliado por Fernando Mineiro como “tentativa de ganhar as eleições no tapetão”. Para ele, apesar de estar previsto na Constituição Federal, é preciso discutir se esse pedido especificamente tem base jurídica. “Eu acho que não tem nenhuma”, diz. 

A crise econômica, acredita Mineiro, deriva da crise política, estar gerada pela não-aceitação do resultado das eleições do ano passado. Ele considera que a crise, portanto, é artificial.  

“As saídas das crises econômicas são decorrentes de saídas políticas. Como a gente tem uma instabilidade no Brasil, uma disputa muito acirrada que tem a ver com a não-aceitação da vitória do ano passado, todas as possibilidades de saída da crise econômica esbarram na artificalização da crise política”, avalia. “Você tem uma crise política artificial com overdose de denuncismo, de tentativa de emparedar o governo, inviabilizar as saídas. Faz parte da disputa. Quem conhece a história do Brasil vê que isso já aconteceu em outros tempos. Estamos no meio de uma guerra, mas faz parte”, conclui. Via Novo Jornal.

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Marcos Imperial

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