
A senadora Fátima Bezerra (PT-RN) vai propor uma redistribuição dos
recursos arrecadados com o salário-educação, de forma a prejudicar o mínimo
possível os estados que hoje são privilegiados na divisão desses recursos, mas garantindo
uma distribuição mais igualitária entre os demais estados, especialmente no
Norte e Nordeste. Em seu relatório ao PLS 282/15, que deverá ser votado nesta
terça-feira (08), na Comissão de Educação, Cultura
e Esportes, a senadora vai propor um escalonamento na redistribuição dos
recursos em quatro anos. Se aprovada a proposta, de autoria do senador Raimundo
Lira (PMDB-PB), os repasses feitos pela União passarão a ser feitos com base no
número de matrículas em escolas de educação básica da rede pública em cada
estado.
A Lei
9424/96 determina que 2,5% dos salários dos trabalhadores brasileiros regidos
pela CLT sejam destinados à educação. Atualmente, 10% desses recursos vão
diretamente para o Fundo Nacional de Desenvolvimento da Educação (FNDE), para
serem aplicados livremente, outros 30% ficam com a União para serem investidos
na educação básica e os 60% restantes são repassados para os estados para serem
redistribuídos aos municípios.
O que acontece hoje é que o repasse feito para os estados tem como
base a arrecadação. Assim, estados com economias mais fortes, acabam sendo
beneficiados. “Isso causa um desnível educacional absurdo porque justamente os
estados que mais necessitam acabam por receber menos recursos per capita e, com
isso, acabam por oferecer uma educação de pior qualidade”, destacou a senadora
Fátima.
Se aprovada, a proposta garantirá que estados da região Norte e
Nordeste, que enfrentam mais dificuldade para garantir uma educação de
qualidade para todos, tenham seus recursos ampliados. Assim, segundo a senadora
Fátima, o Maranhão, estado mais beneficiado com o novo cálculo, receberia cinco
vezes mais recursos do salário educação. O Acre receberia quatro vezes e meia
mais recursos, enquanto o Rio Grande do Norte ampliaria em duas vezes e meia a
sua cota.
A senadora Fátima considera, no entanto, que se a nova fórmula de
divisão de recursos for colocada em prática logo que a lei entrar em vigor,
haverá um impacto significativo nos orçamentos educacionais dos estados que
hoje arrecadam mais e, portanto, recebem mais recursos. Assim, propôs em seu
parecer que, no primeiro ano, 75% dos recursos sejam distribuídos com base na
arrecadação e 25% com base no número de matrículas, e que esse percentual seja
invertido até chegar à totalidade de recursos distribuídos com base apenas no
número de matrículas no quarto ano.
“A proposta do senador Raimundo Lira vem trazer justiça aos
estados, no que diz respeito aos investimentos do salário-educação. Esperamos
que nosso relatório aprimore ainda mais essa iniciativa”, enfatizou a
parlamentar.
Foto: Ana Volpe/Agência Senado
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Marcos Imperial