Tradicionalmente
a Igreja moderna empenha-se no fortalecimento das democracias e derrocadas das
Ditaduras. Nomes como o de Paulo VI, João XXIII e João Paulo II, contribuíram
com suas influências para a queda de Ditaduras opressoras dentre elas a que
assolou o Brasil de 1964 a 1985. Através do Secretário Geral da CNBB, Dom
Leonardo Ulrich Steiner, a Santa Sé demonstra-se insatisfeita com a condução
das políticas oposicionistas numa tentativa de Golpe contra um Governo
Democraticamente Eleito, exercido pela Presidenta Dilma Rousseff. Tais
condições preocupam a Igreja que acha que uma possível Derrubada da Presidenta
seria catastrófico para a economia e um suplício aos mais pobres.
O Papa Francisco pode estar por trás da
declaração do Secretário Geral da CNBB, D. Leonardo Ulrich Steiner, ao Valor
Econômico, sexta feira, 02.10, de que não representa solução o processo de
impeachment que a oposição[ golpista lacerdista antinacionalista] tenta
conduzir contra a presidenta Dilma Rousseff.
Estaria, sobretudo, faltando
comprovações abalizadas sobre o assunto entre os maiores especialistas com os
quais a Igreja tem dialogado, buscando o entendimento amplo.
Igualmente, falta diálogo entre as
forças políticas brasileiras, no cipoal partidário produzido pelo modelo
político, tocado por financiamento privado de campanha eleitoral, que determina
o poder econômico no comando do Congresso, na avaliação do Secretário Geral.
Choca essa carência de entendimento,
especialmente, no momento em que o Vaticano trabalha pela aproximação
dialógica Cuba-Estados Unidos, ganhando sonoridade global o gesto papal em
favor da conciliação entre os dois países.
D. Leonardo se pronunciou sobre assunto
tão candente depois de encontrar com o Sumo Pontífice em Roma na semana
anterior à viagem deste a Cuba e aos Estados Unidos, segundo apuramos.
Não soa estranha, portanto, a observação
do Bispo D. Leonardo quanto à carência de diálogo entre as forças políticas no
Brasil, sabendo que o que mais busca o titular do Vaticano é justamente a
aproximação Cuba-Estados Unidos para acelerar entendimentos positivos na
superação dos impasses.
Há, pelo menos, um ano antes da troca de
embaixadas entre os dois países, o Papa intermediou aproximação
Washington-Havana.
Nesse sentido, estariam ou não as
palavras do Secretário Geral sintonizadas com conversas que manteve com
Francisco antes da entrevista ao jornal de economia mais influente do País,
que, aliás, sequer deu chamada de primeira página para tão importante assunto?
Teria o Secretario Geral se disposto a
falar sobre tema tão espinhoso, sem antes acordar-se com seu chefe
maior, no Vaticano?
Ou teria ido a Roma, especificamente,
para tratar do mesmo, dada sua importância máxima para a vida do País de
maioria católica mais expressiva do mundo?
O Papa, por sua vez, teria ou não
concordado com o Secretário Geral relativamente às declarações dele?
Evidentemente, se o Papa ponderasse que
não seria conveniente tocar em tal assunto nesse momento, o Secretário Geral
teria, ainda assim, contrariado recomendação papal?
Ou ambos, depois de dialogar sobre a
situação brasileira, resolveram por bem ser conveniente à Igreja expressar-se
dentro das suas possibilidades de influir nos acontecimentos, numa linha de
pacifismo político diplomático?
Nesses termos, as declarações de
D. Leonardo representariam ou não, tacitamente, concordância papal
sobre necessidade de a Igreja posicionar contrariamente ao processo de
impeachment, cujas consequências políticas são incógnitas totais, quanto ao
desenrolar político de tal fato realmente impactante para a vida nacional, para
o bem e para o mal?
Teria ou não Francisco, como primeiro
papa sul-americano, argentino e peronista, interesse em influir nos
acontecimentos políticos, no Brasil, no sentido de promover o bem, segundo o
entendimento do Vaticano, na medida em que não vê como solução o processo de
impeachment, conforme declarou o Secretário Geral?
O Secretário Geral da CNBB diria algo
dessa natureza sem estar inteiramente sintonizado com a diplomacia do Vaticano?
Ora, se a Santa Sé, politicamente, luta
para aproximar Cuba dos Estados Unidos e vice-versa, empenhando-se pela remoção
do bloqueio comercial imposto por Washginton a Havana há mais de cinquenta
anos, por que não faria o mesmo para evitar rachas políticos no Brasil que,
fatalmente, emergiriam de eventual e previsível tumultuado processo de
impeachment?
Seria ou não, enfim, calculada a
declaração de D. Leonardo, combinada com o Papa, para dar recado aos
brasileiros de que o Vaticano considera perigoso politicamente o golpismo
lacerdista antinacionalista que a oposição brasileira tenta contra a democracia
brasileira por ainda resistir à derrota eleitoral de 2014?
Em suas declarações ao Valor Econômico,
D. Leonardo, diplomaticamente, critica o modelo político que estimula
procriação partidária sem limites e vê nele raíz dos desentendimentos
partidários e fonte de conflitos que dificultam o diálogo nacional.
Não é à toa que a CNBB se aliou às
correntes nacionalistas defensoras do fim do financiamento de empresas privadas
às campanhas eleitorais, por entender estar aí a fonte da corrupção e
represenar primeiro passo para efetiva reforma política capaz de democratizar
poder político no Brasil.
A CNBB não discorda da necessidade do
ajuste fiscal, mas lembra que o processo político em marcha, de viés
nacionalista, nos últimos anos, contribuiu para minorar as desigualdades
sociais, de modo que essa caminhada precisa seguir adiante, em meio às
dificuldades econômicas.
Ou seja, o ajuste fiscal não pode, na
avaliação do Secretário Geral da CNBB, afetar o social, sob pena de conflitos
de classe se intensificarem, no ambiente de paixões que eventual julgamento de
impeachment despertaria, levantando ódios e violências.
A CNBB vê aumento de imposto como mais
sacrifício aos pobres, de modo que se for necessário aumento de carga
tributária, que esta ocorra para não sacrificar mais os mais necessitados, indo
em cima dos que podem pagar por que ganham mais.
Estaria a Igreja a favor ou na da CPMF
que tem esse espírito essencial como proposta, de cobrar mais de quem ganha
mais?
A Operação Lavajato, para D. Leonardo, é
a comprovação da influência do poder econômico sobre o processo político, razão
pela qual a Igreja aplaude decisão do Supremo Tribunal Federal que votou pela
inconstitucionalidade do financiamento privado de campanha eleitoral.
A CNBB, portanto, está inteiramente
mergulhada nos assuntos políticos brasileiros no contexto explosivo do processo
de impeachment e toma partido consequente aos interesses da Igreja, na linha de
Francisco.
Nenhum comentário:
Postar um comentário
Olá queridos leitores, bem vindo a pagina do Blog Imperial. Seu comentário é de extrema importância para nosso crescimento.
Marcos Imperial