Rebeca Bedone, Revista Bula
É uma sensação de esgotamento. Há desigualdade social e crise econômica
por todos os cantos. Intolerância religiosa e extremismo político perto ou
distante. Doenças e desastres ambientais chegam sem aviso prévio. Em meio a
tudo isso, a cada ano que passa, parece que diminuem as horas dos dias. Vivemos
sufocados-apressados-fadigados enquanto é doloroso não saber ao certo o que
significa viver.
Também chega um momento na vida em que fica insuportável ser uma pessoa
infalível. E, mesmo sendo virtuoso o ser humano que se doa sem querer algo em
troca, em determinadas situações, não é egoísmo quando se decide dar ao outro
somente o que ele merece receber de você. Tem gente que só sabe pedir e cobrar,
mas não doa o seu tempo, a sua disposição e nem a sua paciência.
Afinal, pra que se dedicar com tanto afinco a quem nos ignora? Por que
participar da hiporcrisia de manter as aparências enquanto está tudo
desmoronando? De que vale entrar em “competições virtuais” para ver quem é mais
feliz?
Prisioneiros da vaidade, esquecemos a realidade do mundo ao redor. Do
camarote de nossas fraquezas, assistimos com frieza o pedinte implorar esmola
sob o sol ardente; ignoramos o desconhecido que chora, pois não queremos
chorar; e nos acostumamos às palavras que nunca são ditas.
É por isso que, vira e mexe, a gente perde a fé. Nessa impotência
amarga, sofremos com o desapontamento de nós mesmos (por sermos covardes) e por
aqueles que insistem em nos magoar; assim, deixamos de reparar nos pequenos
milagres que acontecem todos os dias: a coragem e a bondade que resistem dentro
da gente.
Para mudar, devemos aceitar as imperfeições, as incertezas e até mesmo
as desilusões que nos rodeiam. Mas, para isso, é preciso ter o pensamento
livre. Livre como a folha solta levada pelo vento e como a rosa que floresce na
montanha. Livre como a voz de Elvis Presley ao cantar “My Way”.
Por isso, cante a sua vida do seu jeito: faça o que é para ser feito e
saiba ter alguns arrependimentos. Planeje cada passo a ser dado e vá até o fim.
Mas, também, deixe algo por fazer e se jogue na estrada sem destino certo. Ria
e chore, ame e sofra. E, tudo aquilo que fizer, faça sendo você mesmo. Pois um
homem é aquilo que ele tem, e se ele não tem a ele mesmo, então não tem nada.
Se amanhã será outro dia e todos os problemas continuarão iguais, hoje é
dia de repensar: “nada que está ruim irá mudar se eu ficar apenas me
lamentando”.
Não cabe vigor em um peito sufocado. Às vezes, precisamos deixar para
trás um projeto impossível para voltarmos a ter esperança. Ou, então, é
necessário abrir mão de um amor mal resolvido para o dia nascer outra vez.
Ganhar também é aprender a perder.
Por isso, não deixe nada paralisar a sua vontade de mudar. Abra essa
armadura que sufoca as suas culpas. Saia do labirinto que prende a sua alma.
Esqueça vozes vazias de sentido e alcance o voo dos libertos: sinta a catarse
do seu espírito ao ser transmutado da morte para a vida."
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Marcos Imperial