O presidente de Cuba, Raul Castro, e o mandatário dos EUA, Barack Obama, protagonizaram (mais) um momento histórico nesta segunda-feira (21), quando fizeram um pronunciamento conjunto durante a visita de Obama ao país.
O presidente de Cuba, Raul Castro, recebeu hoje (21) o presidente dos Estados Unidos, Barack Obama, no Palácio da Revolução, em Havana. O encontro bilateral, que acontece no âmbito da primeira visita oficial de um presidente norte-americano ao país caribenho em quase nove décadas –, faz parte do processo de restabelecimento das relações diplomáticas entre os dois países, que durante mais de meio século viveram sem relações diplomáticas.
Castro a Obama: EUA e Cuba não devem fazer das divergências o centro da relação: O presidente Raúl Castro falou a Barack Obama sobre uma nova relação entre Cuba e Estados Unidos que não seja centrada nas profundas diferenças que seus países mantiveram durante décadas.
O presidente de Cuba, Raul Castro, recebeu hoje (21) o presidente dos Estados Unidos, Barack Obama, no Palácio da Revolução, em Havana. O encontro bilateral, que acontece no âmbito da primeira visita oficial de um presidente norte-americano ao país caribenho em quase nove décadas –, faz parte do processo de restabelecimento das relações diplomáticas entre os dois países, que durante mais de meio século viveram sem relações diplomáticas.
Pronunciamento conjunto para a imprensa:
"Devemos aceitar e respeitar as diferenças e não fazer delas nossa relação, e sim promover vínculos que privilegiem o benefício de ambos países e povos", afirmou Castro ao término da reunião com Obama em Havana.
Obama disse que os dois tiveram discussões "francas e sinceras" sobre direitos humanos, assim como em áreas de cooperação.
Raúl Castro ofereceu a receita de Cuba para melhorar as relações com USA - Os dois países poderiam alcançar melhores relações se acabar o embargo comercial de 54 anos de idade na ilha e devolver a base de Guantánamo a Cuba.
"Reconhecemos a posição do Obama e de seu governo ante o bloqueio e seus reiterados pedidos ao Congresso para que o elimine. As últimas medidas (de alívio ao embargo, decididas por Obama) são positivas, mas não suficientes", acrescentou.
Democracia: Obama: "Nós continuamos a ter sérias diferenças, inclusive sobre a democracia e os direitos humanos"
"Deixei claro que os Estados Unidos continuarão defendendo a democracia, inclusive o direito do povo cubano a decidir seu próprio futuro".
Em resposta a uma pergunta provocativa de uma repórter americana que afirmava que Cuba tinha prisioneiros políticos, Raúl pediu que fosse mostrada uma lista desses detidos:
"Dê agora mesmo a lista dos presos políticos para soltá-los, mencione-a agora", respondeu Raúl Castro.
"Se há estes presos políticos, antes do cair da noite, estarão soltos"
Histórico - Esta é a quarta vez que os dois líderes se encontram, mas a primeira em solo cubano. Em abril do ano passado, Obama e Castro se reuniram por meia hora durante a VII Cúpula das Américas, no Panamá; em 2013 trocaram um breve cumprimento nas cerimônias fúnebres do líder histórico sul-africano Nelson Mandela; e em setembro do ano passado se encontraram na Assembleia-geral da Organização das Nações Unidas, em Nova Yorque.
O último presidente norte-americano em exercício que visitou Cuba foi Calvin Coolidge (1923-1929), em 1928.
Após mais de 50 anos sem relações diplomáticas, Estados Unidos e Cuba anunciaram em 17 de dezembro de 2014 uma aproximação histórica. Depois de vários meses de rodadas de negociações, Obama e Castro anunciaram em 1º de julho do ano passado o restabelecimento das relações diplomáticas e a abertura de embaixadas nas capitais de cada país.
Empresários e grupos econômicos norte-americanos têm pressionado o governo norte-americano para afrouxar o embargo que impede a realização de negócios em Cuba, fato que é aproveitado por outros países e empresas. Um abaixo-assinado com 50 assinaturas de grandes empresários chegou à Casa Branca (MURTA & MARREIRO, 2014).
Exportadores e importadores norte-americanos estão de olho no Porto de Maciel em Cuba. O diretor da Câmara de Comércio Americana, Thomas Donohue, visitou o Porto de Mariel com um grupo de grandes empresários norte-americanos para propor parceria com o presidente Raúl Castro.
Empresários e grupos econômicos norte-americanos têm pressionado o governo norte-americano para afrouxar o embargo que impede a realização de negócios em Cuba, fato que é aproveitado por outros países e empresas. Um abaixo-assinado com 50 assinaturas de grandes empresários chegou à Casa Branca (MURTA & MARREIRO, 2014).
Exportadores e importadores norte-americanos estão de olho no Porto de Maciel em Cuba. O diretor da Câmara de Comércio Americana, Thomas Donohue, visitou o Porto de Mariel com um grupo de grandes empresários norte-americanos para propor parceria com o presidente Raúl Castro.
Booking.com WASHINGTON empresa, o Grupo Priceline, assinou hoje um acordo com Cuba para a qual será a primeira empresa norte-americana de reservas de hotéis on-line que operam na ilha.
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Marcos Imperial