Plebiscito é única saída; povo tem que dizer o que quer, afinal.
O anúncio feito pela presidente
Dilma Rousseff, na última quinta-feira (9), no sentido de que, se for absolvida
pelo Senado, irá propor que os brasileiros decidam, em plebiscito, sobre
antecipação da eleição presidencial, parece a única saída para que o país saia
do atoleiro em que foi colocado pela mídia e pela operação Lava Jato.
Pesquisa CNT recente mostra que este povo não sabe o que quer, só
sabe o que não quer. Rejeita Dilma, rejeita Temer, rejeita Aécio… Está
totalmente dividido entre os pré-candidatos a presidente em 2018. E o que é
mais impressionante: Lula leva vantagem nessa divisão, ao menos no primeiro
turno.
A campanha da mídia para derrubar Dilma e destruir o PT parece ter
enlouquecido o povo. Matéria da BBC Brasil publicada na semana que finda mostra até o surgimento
de “gays de direita”, homossexuais que preferem seu inimigo número um, Jair
Bolsonaro, a Jean Wyllys, deputado do PSOL cuja principal bandeira é a defesa
da comunidade LGBT.
Detalhe: Bolsonaro defende espancamento de homossexuais para
fazê-los “criar vergonha na cara”.
Como esta página vem dizendo reiteradamente, crises econômicas
profundas constituem o ambiente perfeito para desagregação social e surtos de
incoerência como os que temos visto no Brasil. Discursos contra “tudo que está
aí” favorecem ambientes em que as pessoas começam a perder a razoabilidade e a
cometer atos de arbítrio, agredindo quem pensa diferente e pregando soluções
“finais”, como o “extermínio” de adversários políticos, tão pedido pelos
antipetistas.
O pior de tudo isso é que, diante de um ambiente tão espantoso e
assustador de desagregação social, investidores, empresários, enfim, o
“mercado” se coloca em compasso de espera e a economia trava, tendo como
consequência o desemprego, a quebradeira de empresas, o aumento da violência e
da criminalidade etc., etc.
Então ficamos assim: se Dilma for afastada definitivamente, o
governo Temer tampouco terá melhores condições de governar, já que até seu
titular está envolvido em escândalos de corrupção. Isso sem falar do
“machistério” metido até o pescoço na Lava Jato.
Como se não bastasse, as propostas do governo peemedebista vão
jogar o país em mais convulsão social. Até gente de direita que não quer Dilma
Rousseff não vai aceitar fim de direitos trabalhistas, como pregou,
recentemente, o ministro da Casa Civil, Eliseu Padilha.
Em uma das grandes manifestações contra Dilma no ano passado,
fizeram uma pesquisa sobre outra providência que um governo Temer adotaria na
economia: a terceirização indiscriminada dos trabalhadores, que atingiria até a
atividade-fim das empresas. A esmagadora maioria dos antipetistas não quer nem
ouvir falar desse que é um dos planos já confessados por Temer e companhia.
A baixa aprovação do governo Temer, revelada pela pesquisa CNT,
cedo ou tarde fará com que o Congresso se afaste da situação, quanto mais
próximo estivermos das eleições de parlamentares federais. Não vai tardar para
começar a mesma debandada que atingiu Dilma.
E as condições de Temer para ganhar popularidade e, assim, manter
a governabilidade são escassas. As medidas que querem que ele tome na economia
são medidas impopulares, como corte de direitos, benefícios, programas sociais
etc.
Já Dilma, sabe-se que tampouco terá condições de governar caso
seja reintegrada ao cargo pelo Senado. A sabotagem voltará igualzinha ao que
era antes, com o agravante de que a mídia voltará à carga.
A maioria do povo não sabe o que quer. E, apesar de a mídia ter
convencido o país a ficar contra Dilma e o PT, não está conseguindo empurrá-lo
para o colo do PSDB, que já começa a acumular rejeição e que, com o iminente
desastre do governo Temer, irá perder ainda mais popularidade por ter aderido a
esse governo.
Bem, diante desse caos político quem vai pagar o pato é o mesmo
povo que não sabe o que quer e que rejeita tudo. Haverá mais desemprego, mais
recessão, mais desagregação social – com efeito, estimular a fúria da sociedade
não foi uma medida sábia da direita midiática; a vez dela vai chegar…
A única solução é convocar eleições. Só um governo com legitimação
popular, com a alta popularidade que governos recém-eleitos têm poderá dar um
rumo para a economia e pacificar as relações sociais. Ao menos por um prazo que
permita ao governo eleito respirar para governar.
Claro que eleição, agora, permitiria ascensão ainda maior da
direita. Mas se é o que o povo quer, que seja.
O país tem que arcar com as consequências de suas escolhas. Em
2002, elegeu Lula. Nos dez anos seguintes, a renda e os salários subiram, a
pobreza, a miséria, o desemprego e a concentração de renda despencaram. Só no
11º ano, no 12º e no 13º a coisa piorou.
O povo quer de volta o período 2003 – 2013. Se acha que a direita
lhe devolverá ascensão social de pobres e remediados, distribuição de renda e
de oportunidades, vamos nessa. Vamos ver o que a direita fará pelo país.
Precisamos passar por isso. A volta da direita ao poder já está sendo didática.
Sem essa experiência, este povo continuará caindo na conversa da mídia.
Que venha
o plebiscito.
Nenhum comentário:
Postar um comentário
Olá queridos leitores, bem vindo a pagina do Blog Imperial. Seu comentário é de extrema importância para nosso crescimento.
Marcos Imperial