Alex Solnik é jornalista. Já atuou em publicações como Jornal da Tarde, Istoé, Senhor, Careta, Interview e Manchete. É autor de treze livros, dentre os quais "Porque não deu certo", "O Cofre do Adhemar", "A guerra do apagão" e "O domador de sonhos"
O que ocorre há seis
dias nas ruas das cidades do Espírito Santo é o retrato fiel do vale-tudo em
que se transformou o Brasil.
Policiais
militares resolveram desafiar a lei, que proíbe suas greves e instruíram suas
famílias para obstruírem a saída das viaturas dos quartéis como forma de
pressionar por aumento de salários.
É
um reflexo preciso da política econômica do governo Temer, que adotou como
diretriz a contenção de despesas para tirar o país da crise.
No
momento em que a ausência dos policiais das ruas começou a provocar uma onda de
crimes sem precedentes de toda espécie, as autoridades estaduais deveriam ter
agido com pulso firme, ou seja, deveriam ter retirado as mulheres dos policiais
da frente dos quartéis.
No
entanto, não o fizeram. Pediram ajuda ao governo federal, o que não seria nem
necessário se o presidente do Brasil, Michel Temer assistisse aos telejornais.
Enquanto
assaltos, saques e assassinatos manchavam as ruas do Espírito Santo de medo,
violência e sangue, Temer estava alheio à tragédia, criando um ministério para
Moreira Franco, preocupado com a indicação do novo ministro do STF ou
recepcionando o presidente da Argentina.
Cabia
a ele, se fosse o presidente do país de fato tomar providências imediatas para
proteger os cidadãos brasileiros, acionar os ministérios responsáveis e,
inclusive, viajar ao Espírito Santo, para mostrar que a autoridade máxima da
nação está atenta aos acontecimentos e empenhada em restabelecer a ordem.
Temer
não saiu do seu gabinete, mostrando mais uma vez que não tem vocação para o
cargo para o qual foi empurrado pelos acontecimentos. Ele sempre foi, é e será
o homem dos conchavos, o presidente do PMDB e não do Brasil. Dilma estava certa
em mantê-lo como vice decorativo.
O
ministro da Justiça, Alexandre de Moraes, que se mostrou tão ativo encenando a
erradicação da maconha no Paraguai também se omitiu, optando por comemorar a
sua indicação ao STF e conchavar os senadores para cabalar votos e saiu de
licença, em vez de cumprir sua missão.
As
omissões, estadual e federal, acarretaram dezenas de mortes, paralisação do
comércio, dos transportes, das escolas, um verdadeiro festival macabro de
incompetência e de irresponsabilidade.
Quando,
finalmente, foram enviadas tropas militares ao estado elas foram instruídas a
vigiar terminais de ônibus em vez de serem incumbidas da tarefa mais urgente:
tirar as mulheres dos policiais da frente dos quartéis, nem que seja à força,
para estancar a sangria nas ruas do Espírito Santo.
Os
telespectadores de todo o Brasil assistem, impotentes e chocados, todas as
noites, cenas de estarrecer que reviram seus estômagos na hora do jantar.
Temer,
no entanto, ou não assiste nem ao Jornal Nacional ou não se comove e acha que
não é com ele.
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Marcos Imperial