quarta-feira, 15 de março de 2017

“Os que agora querem se apropriar da paternidade da transposição são os mesmos que sempre se beneficiaram da indústria da seca”

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A senadora Fátima Bezerra criticou, nesta segunda-feira (13), a mesquinhez do governo federal de querer apagar o papel histórico do Partido dos Trabalhadores na execução das obras da Transposição do rio São Francisco. Na última sexta-feira, durante a inauguração do Eixo Leste das obras, o presidente Michel Temer – em pronunciamento- tentou apagar a imagem do partido nas obras do Velho Chico.

“Não vamos agir com mesquinhez. Vamos agir com respeito, dando a César exatamente o que é de César, fazendo justiça a quem merece justiça. É preciso deixar muito claro que se não fosse a ousadia e a determinação dos governos do PT, por meio do presidente Lula e da presidenta Dilma, esse sonho, até hoje, estaria adormecido. Esse projeto até hoje estaria perdido nas gavetas da burocracia e da insensibilidade da maioria dos políticos, inclusive daqueles que governaram este País por séculos”, enfatizou.

A senadora chamou atenção para comentário da historiadora Maria Victória Benevides, de que é uma ironia histórica o fato de que muitos dos que tentam se apropriar das obras da transposição do Rio São Francisco foram os que sempre se beneficiaram da perpetuação da seca. “São os filhos das oligarquias ou os representantes diretos das oligarquias que, tradicionalmente, reproduziam sua dominação política no Nordeste através da indústria da seca, das frentes de trabalho, das frentes de emergência, e trabalhavam sempre com a ideia de combater a seca e não de resolvê-la, os que agora querem se apropriar da paternidade do projeto, efetivamente colocado em prática justamente por um sobrevivente da seca”, ressaltou a parlamentar.

Fátima lembrou que o projeto da transposição do “Velho Chico” teve início em 1847, quando uma forte estiagem atingiu a região nordestina. “É verdade que isso vem sendo planejado desde a época do Império. Mas é verdade também que quem teve ousadia, quem teve determinação para iniciar a obra e quem teve sensibilidade, responsabilidade e compromisso para deixá-la praticamente concluída foram Luiz Inácio Lula da Silva e Dilma Rousseff”, reiterou.

A parlamentar enfatizou que o projeto da transposição do rio São Francisco contribuirá para a elevação do nível de segurança hídrica do semiárido. “A integração de bacias do São Francisco é uma obra muito arrojada, com poucos paralelos no mundo. A obra pronta tem condições plenas de oferecer um volume de água de muitíssima importância para a região semiárida do Nordeste. E água é sinônimo de alegria e de vida para o nosso povo nordestino”, concluiu.

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Marcos Imperial

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