Fernando Pessoa.
O
AMOR, quando se revela,
Não
se sabe revelar.
Sabe
bem olhar p'ra ela,
Mas
não lhe sabe falar.
Quem
quer dizer o que sente
Não
sabe o que há de dizer.
Fala:
parece que mente...
Cala:
parece esquecer...
Ah,
mas se ela adivinhasse,
Se
pudesse ouvir o olhar,
E
se um olhar lhe bastasse
P'ra
saber que a estão a amar!
Mas
quem sente muito, cala;
Quem
quer dizer quanto sente
Fica
sem alma nem fala,
Fica
só, inteiramente!
Mas
se isto puder contar-lhe
O
que não lhe ouso contar,
Já
não terei que falar-lhe
Porque
lhe estou a falar...
24/04/1928
Uma visão breve sobre a vida e a obra do maior poeta da língua portuguesa:
- 1888: Nasce Fernando Antônio Nogueira Pessoa, em Lisboa.
- 1893: Perde o pai.
- 1895: A mãe casa-se com o comandante João Miguel Rosa. Partem para Durban, África do Sul.
- 1904: Recebe o Prêmio Queen Memorial Victoria, pelo ensaio apresentado no exame de admissão à Universidade do Cabo da Boa Esperança.
- 1905: Regressa sozinho a Lisboa.
- 1912: Estréia na Revista Águia.
- 1915: Funda, com alguns amigos, a revista Orpheu.
- 1918/1921: Publicação dos English Poems.
- 1925: Morre a mãe do poeta.
- 1934: Publica Mensagem.
- 1935: Morre de complicações hepáticas em Lisboa.
Extraído do livro "Fernando Pessoa - Obra Poética - Inéditas", Cia. José Aguilar Editora - Rio de Janeiro, 1972, pág. 513.
Sempre Fernando pessoa, um Poeta impar. Parabéns Amor.
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