O Rio Grande do Norte é o estado onde mais aumentou o número de homicídios de jovens no Brasil. Entre 2005 e 2015, o índice subiu 292,3%, segundo dados do Atlas da Violência 2017, divulgado nesta segunda-feira (5). A média é muito maior que a nacional, de 16,7%.
Outro triste dado diz respeito aos negros, historicamente as maiores vítimas de violência, sobretudo nas periferias. O RN também está no topo quando se trata do aumento de homicídios entre estes indivíduos: crescimento de 331,8%.
“De cada 100 pessoas que sofrem homicídio no Brasil, 71 são negras. Jovens e negros do sexo masculino continuam sendo assassinados todos os anos como se vivessem em situação de guerra”, diz o Atlas, publicação do Fórum de Segurança Pública e Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (Ipea).
Para o deputado estadual Fernando Mineiro (PT), os dados, mais que lamentáveis, mostram a falta de políticas públicas efetivas para a juventude nos três níveis de governo. “É preciso olhar o jovem como alguém que tem direito à vida, educação de qualidade, saúde, segurança, lazer e emprego”, afirmou o parlamentar. “É necessário, antes de tudo, ouvir o que eles têm a dizer, o que têm produzido nas suas comunidades, o que querem pra viver mais tempo e melhor”.
O Atlas também avalia que “desde 1980, está em curso no país um processo gradativo de vitimização letal da juventude, em que os mortos são jovens cada vez mais jovens”. Se no início da década de 1980 o pico da taxa de homicídio se dava aos 25 anos, atualmente gira na ordem de 21 anos.
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Marcos Imperial