quinta-feira, 13 de julho de 2017

CONDENAÇÃO DE LULA É O MAIOR ERRO QUE UM JUIZ JÁ COMETEU NO BRASIL


Por Alex Solnik é jornalista. Já atuou em publicações como Jornal da Tarde, Istoé, Senhor, Careta, Interview e Manchete. É autor de treze livros, dentre os quais "Porque não deu certo", "O Cofre do Adhemar", "A guerra do apagão" e "O domador de sonhos".



Lula foi condenado por ser dono de um apartamento onde não passou uma noite sequer, nunca morou e do qual não tem a escritura.

Nem ele nem sua mulher.

Foi condenado por lavar dinheiro sem que a acusação aponte quem lhe deu, quanto deu e como e em que conta ele recebeu.

É o samba do crioulo doido na versão República de Curitiba.  

Mas não é para rir.

Nenhum juiz sério levaria adiante um processo no qual um ex-presidente da República é acusado de chefiar a quadrilha da corrupção da Petrobrás e a contrapartida que obteve em oito anos de mandato foi um tríplex de 200 metros quadrados no valor de 1 milhão, enquanto um diretor da Petrobrás amealhou mais de 100 milhões de dólares no mesmo período.

Os números atribuídos a Lula não se coadunam com a importância que lhe dão na “estrutura criminosa” e são ridículos perto de personagens abaixo dele na hierarquia política, como Sergio Cabral e Eduardo Cunha, para citar apenas dois.

Ou ele era um bokomoko em matéria de corrupção e aceitava se vender por pouco ou estamos diante de um dos maiores, mais graves e mais criminosos erros judiciários da história brasileira.

Nenhuma prova material, nada além de narrativas como “o apartamento foi prometido para Lula” ou “todos sabiam que o apartamento era de Lula”.

Nove anos de prisão por ter recebido um apartamento que nunca recebeu e por lavar dinheiro que nunca viu é a sentença mais sem nexo da Lava Jato.

Uma condenação e uma pena pesada caberiam se a força-tarefa tivesse encontrado as contas de Lula na Suíça ou tivesse flagrado algum braço-direito carregando malas de 500 mil reais para ele.

Se houvesse algum grampo de Lula dizendo “me dá um dinheiro aí”.

Se o delator tivesse dito, ao menos, que Lula exigiu ou pediu o apartamento. Nem isso. Disse apenas que “o apartamento foi prometido para Lula”.

Tudo muito vago.

É o maior erro que um juiz já cometeu no Brasil porque não se trata aqui apenas de uma sentença injusta contra um indivíduo, mas contra o maior líder popular do país e o único que pode derrotar a onda fascista que as pesquisas identificam no horizonte, apoiado por milhões de brasileiros.

Todo juiz tem o direito de errar. Mas errar tanto assim é demais.


A condenação vazia vai ter, no entanto, efeito contrário ao imaginado por Moro: a estrela de Lula vai brilhar ainda mais

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Marcos Imperial

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