Em mais um momento vergonhoso protagonizado pela sua atual composição, a bancada golpista da Câmara aprovou, nesta quarta-feira (02), o arquivamento da denúncia contra Michel Temer por crime de corrupção passiva. Sem nenhuma cerimônia, Temer iniciou um balcão de negócios para conseguir votos favoráveis em troca de emendas, cargos comissionados e atendendo demandas das bancadas.
O governo inclusive antecipou e intensificou o repasse de emendas pagas durante os meses de junho e julho, ao contrário da prática usual de empenhar emendas em um ano para pagar o valor no ano seguinte. Durante este período, Temer destinou R$ 729,3 milhões em emendas e empenhou R$ 3,09 bilhões para conseguir apoios dos parlamentares e se manter na presidência. Os dados foram divulgados pelo The Intercept Brasil. Se for comparar, no acumulado do ano até maio, o valor empenhado foi de apenas R$ 102,5 milhões.
Só no RN, os cinco deputados que votaram para livrar Temer da denúncia receberam R$ 5,2 milhões em emendas pagas durante esse período. Eles ainda vão receber de verba empenhada no valor de R$ 35,7 milhões.
Beto Rosado (PP), Fábio Faria (PSD), Felipe Maia (DEM), Rogério Marinho (PSDB) e Walter Alves (PMDB) – que apoiaram o golpe contra a presidenta legítima Dilma Rousseff com a justificativa de serem contra a corrupção – foram os deputados do estado que votaram contra a vontade do povo. De acordo com pesquisa Ibope divulgada nesta semana, 81% dos eleitores brasileiros são favoráveis à abertura do processo. Zenaide Maia (PR), Rafael Motta (PSB) e Antônio Jácome (Pode) foram os únicos parlamentares do RN a votarem contra Temer.
O tucano Rogério Marinho recebeu R$ 1,2 milhão do governo federal em dois meses para emendas parlamentares. Ele ainda vai receber mais R$ 7,9 milhões. Já Felipe Maia recebeu R$ 1,6 milhão e ainda vai receber R$ 7,6 milhões. Beto Rosado, além de ter recebido R$ 232 mil e de ter o valor empenhado de R$ 5,9 milhões para receber, também garantiu uma indicação na superintendência da Funasa RN. O deputado Walter Alves recebeu R$ 905 mil de verbas para emendas durante esse período e vai receber ainda R$ 6,2 milhões. Fábio Faria já desembolsou R$ 1,2 milhões e ainda vai receber R$ 7,9 milhões.
O deputado estadual Fernando Mineiro (PT) denunciou que o aumento dos impostos, como o valor do combustível recentemente, serve para a compra desses parlamentares. “O governo arranjou uma maneira de comprar os deputados, instituiu o “bônus-gasolina” para que recebam recursos via emendas para votar favorável ao presidente”, disse. “É tão descarado o que estamos vivendo e ainda tem a cumplicidade de parte da mídia, parte do judiciário e instituições tradicionais brasileiras”, criticou.
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Marcos Imperial