Andreia Verdélio – Repórter da Agência Brasil -
A popularidade do
presidente Michel Temer continua em queda, segundo a Confederação Nacional da
Indústria (CNI). Este é o quarto trimestre consecutivo de piora na avaliação do
governo Temer. A pesquisa CNI-Ibope, divulgada hoje (28) mostrou que apenas 3%
da população consideram o governo Temer ótimo ou bom. Já 77% consideram ruim ou
péssimo; 16% avaliam com regular e 3% não sabem ou não responderam.
Na
pesquisa anterior, a popularidade de Temer já havia caído a seu nível mais
baixo entre os ex-presidentes. Em julho deste ano, 5% dos entrevistados
avaliaram o governo como ótimo ou bom, 21% como regular, 70% como ruim ou
péssimo e 3% não souberam ou não responderam.
A
popularidade do presidente Michel Temer caiu a seu nível mais baixo. Segundo a
CNI, a avaliação do governo como ótimo ou bom é a pior desde o final do governo
de José Sarney, em julho de 1989, que foi 7%.
Segundo
a pesquisa da CNI, o aumento da impopularidade também foi registrado pelo
número de pessoas que dizem não aprovar a maneira do presidente governar ou que
não confiam no presidente. O percentual dos entrevistados que confiam em Temer
caiu de 10%, em julho, para 6%, em setembro. Já 92% não confiam no presidente;
na última avaliação, esse percentual era de 87%.
O índice que desaprova a maneira do presidente Temer governar
também subiu de 83% para 89%. Entre os que aprovam a maneira de governar, eram
11% em março, agora são apenas 7%.
Entre as notícias mais lembradas pela população estão as que
tratam da corrupção no governo, da Operação Lava Jato e a liberação para
exploração mineral na Reserva Nacional de Cobre e Associados (Renca) exploração
de minério. Para 68% dos entrevistados, o noticiário recente é desfavorável ao
governo; enquanto 9% avaliam que as notícias recentes têm sido favoráveis; e
para 12% elas não são favoráveis, nem desfavoráveis.
Para o gerente-executivo de Pesquisa e Competitividade da
CNI, Renato da Fonseca, a popularidade muito baixa nesse momento tem dois
componentes. “Nessa mudança [da avaliação] de julho para setembro, o debate
todo em torna da Amazônia afetou essa avaliação. E, por mais que se tenha
indicadores mostrando a evolução gradual da economia, a população não está
percebendo isso ainda, não vê melhoras”, disse, explicando que a questão
econômica é sempre muito atrelada à avaliação do governo.
A aprovação do atual governo caiu mais entre os entrevistados
com renda familiar mais alta. Das pessoas com renda familiar acima de cinco
salários mínimos – faixa mais alta de classificação da pesquisa – o percentual
dos que o consideram ruim ou péssimo subiu de 75% para 86%. Ainda assim, na
comparação com os diferentes estratos de renda familiar, esse é o grupo onde a
popularidade do governo é mais elevada (12%).
Avaliação por área
Duas áreas registram significativa variação no percentual de
desaprovação no período, acima da margem de erro. A área de meio ambiente, que
em julho era desaprovada por 70% da população, passou a ter umar reprovação de
79% e a aprovação teve queda de 21% para 15%. Já a desaprovação da área de
educação subiu de 75% para 81% e a aprovação caiu de 22% para 17%.
Ainda assim, na comparação com julho, não há mudanças no ranking
das áreas avaliadas. A pior avaliação do atual governo refere-se aos impostos e
à taxa de juros. Os índices de desaprovação nestas áreas são, respectivamente,
de 90% e 87%. Em seguida, aparecem a saúde (86%), o combate ao desemprego (85%)
e a segurança pública (85%).
Perspectivas
As perspectivas para o tempo restante do governo também não
são positivas, segundo a CNI. Para 72% dos entrevistados, o restante do governo
será ruim ou péssimo, para 17% será regular e para 6% será ótimo ou bom.
Para 59% dos entrevistados, o governo Temer está sendo pior
que o governo da presidente Dilma Rousseff. Em março, esse índice era de 52%.
Já 8% acham que o governo Temer está sendo melhor e 31% consideram igual ao
governo Dilma.
O levantamento foi realizado com 2 mil pessoas, em 126
municípios, entre os dias 15 e 20 de setembro e revela a avaliação dos
brasileiros sobre o desempenho do governo federal. A pesquisa completa está
disponível na página da CNI. A margem de erro da pesquisa é 2% e o nível de confiança
utilizado é 95%. http://www.centralpolitico.com.br/2017/09/cniibope-populacao-se-arrepende-de.html
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Marcos Imperial