
Malas com R$ 51 milhões de Geddel dão força à segunda denúncia contra Temer; operador do golpe era o encarregado de calar Funaro e Cunha
Por Viomundo
Me surpreendeu o número de pessoas, o engajamento delas, sobretudo o tamanho da revolta dos baianos. Fomos às ruas, gritando "fora PT" e "fora a corrupção". Como diz o ditado popular sobre a marca do batom na cueca, sei que ainda falta o "batom na calcinha", a prova. O povo não está preso a esses aspectos da moralidade e está com o sentimento muito forte de impeachment e de que algo tem que mudar. Geddel Vieira Lima, ex-ministro de Lula e Dilma, articulador do impeachment, depois de protesto contra a presidenta em Salvador, em 15.03.2015
A Polícia Federal devolveu a bola, que estava no colo de Rodrigo Janot, para Michel Temer.
A apreensão de R$ 51 milhões de reais em dinheiro vivo, em nove malas e sete caixas de papelão, num bunkeratribuído ao ex-ministro Geddel Vieira Lima, em Salvador, passou a dominar o ciclo noticioso desde a hora do almoço desta terça-feira.
O fato de Geddel ter sido ministro tanto no governo Lula quanto no governo Dilma demonstra a importância dele no PMDB.
A apreensão tem um timing claramente político: acontece às vésperas de o procurador-geral da República, Rodrigo Janot, apresentar sua segunda denúncia contra o usurpador Michel Temer, baseada acima de tudo na delação do doleiro Dilson Funaro.
Funaro, o ex-presidente da Câmara Eduardo Cunha e Geddel são suspeitos de terem faturado alto em esquemas ligados à Caixa Econômica Federal.
Geddel foi vice-presidente de Pessoa Jurídica da Caixa, entre 2011 e 2013, antes de romper com o governo Dilma, articular o impeachment e se tornar ministro da Secretaria de Governo de Temer.
Depois que a bomba da Lava Jato estourou, Geddel teria sido o encarregado, no governo do usurpador, de manter Funaro e Cunha calados.
Funaro, em sua delação, confirmou que recebeu para não fazer delação.
Teria o dinheiro vindo do bunker de Geddel?
O ex-ministro cumpre prisão domiciliar, depois de ter conseguido um habeas corpus.
O apartamento onde a dinheirama foi apreendida não pertence ao político baiano. Ele usaria o imóvel alegadamente para guardar bens do pai, Afrísio Vieira Lima, já falecido.
Em sua delação, Funaro apresentou como prova de que Geddel teria agido para calá-lo ligações feitas pelo aliado de Temer para o telefone da mulher, Raquel Pitta.
“Essas ligações insistentes por parte de Geddel provocaram no declarante um sentimento de receio sobre algum tipo de retaliação caso viesse a fazer algum acordo de colaboração premiada, tendo em vista que Geddel era membro do 1º escalão do governo e amigo íntimo do presidente Michel Temer”, diz trecho de relatório da Polícia Federal sobre o caso.
Em sua delação, Funaro disse ter entregue várias malas de dinheiro a Geddel no aeroporto de Salvador. Seria o dinheiro apreendido aquele mesmo entregue por Funaro?
A Polícia Federal deixou para deflagrar a operação no momento mais apropiado para o timingpolítico de Janot?
Na conversa gravada por Joesley Batista no Palácio do Jaburu, o dono da JBS diz a Michel Temer que tinha assumido o papel de Geddel em relação a Cunha e Funaro: pagar o cala-boca.
Ao que Temer respondeu: “Tem de manter isso, viu?”
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Marcos Imperial