quarta-feira, 4 de outubro de 2017

Senado Fátima: as universidades estão de luto!

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A senadora Fátima Bezerra apresentou, nesta terça-feira (03), um voto de pesar pela morte do reitor da Universidade Federal de Santa Catarina, Luiz Carlos Cancellier. A nota foi assinada por senadores de diversos partidos.

Cancellier estava afastado de suas funções na universidade por determinação judicial desde 14 de setembro. Ele foi preso com outras seis pessoas, durante investigação da Polícia Federal que apura desvio de recursos em cursos de Educação a Distância (EaD) oferecidos pelo programa Universidade Aberta no Brasil (UAB) na UFSC. O reitor foi acusado de tentativa de obstrução das investigações internas, mas foi liberado no dia seguinte. Cancellier garantiu que não interferiu em investigações da corregedoria-geral da universidade e que “sua morte foi decretada no dia de sua prisão". Ele se mostrou muito magoado com a situação humilhante e vexatória que envolveram sua prisão e posterior afastamento da universidade.

Segundo Fátima Bezerra, o Senado precisava se manifestar diante do episódio que chocou a comunidade acadêmica do país. “O Senado da República não pode se calar. Temos que nos manifestar, através desse voto de pesar”, disse.
Fátima lembrou que o reitor foi um professor dedicado à causa do conhecimento, à causa da educação, um intelectual de brilhante carreira acadêmica que, ao tirar sua própria vida, deixou o país comovido. “As universidades estão de luto em decorrência desse trágico suicídio do professor e reitor da Universidade Federal de Santa Catarina. O reitor foi preso de forma coercitiva, foi afastado de forma arbitrária da universidade e, agora, nós estamos testemunhando a dor da injustiça, a dor da revolta que o coração do Professor Luiz Carlos Cancellier não suportou”, afirmou.

Para Fátima o autoritarismo policial e jurídico que vem tomando conta do Brasil não é condizente com um país verdadeiramente democrático. “Infelizmente, o professor Luiz Carlos foi vítima dessa arbitrariedade”, declarou.

A parlamentar ainda leu a nota da Associação Nacional dos Dirigentes das Instituições Federais de Ensino Superior (Andifes) sobre o caso. “É inaceitável que pessoas [...] investidas de responsabilidades públicas de enorme repercussão social tenham a sua honra destroçada em razão da atuação desmedida do aparato estatal. É inadmissível que o país continue tolerando práticas de um Estado policial, em que os direitos mais fundamentais dos cidadãos são postos de lado em nome de um moralismo espetacular. É igualmente intolerável a campanha que os adversários das universidades públicas brasileiras hoje travam, desqualificando suas realizações e seus gestores, como justificativa para suprimir o direito dos cidadãos à educação pública e gratuita”, diz a nota.

Fátima solicitou também que o voto de pesar seja encaminhado aos familiares, à Universidade Federal de Santa Catarina e a toda a comunidade acadêmica.

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Marcos Imperial

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