Aos gritos de "eleição sem Lula é fraude", cerca de 50 mil manifestantes, na estimativa da organização, se concentraram na Praça da República com destino à Avenida Paulista, em São Paulo, no ato em defesa ao ex-presidente Lula.
Após ser condenado em primeira instância pelo juiz Sergio Moro por corrupção passiva e lavagem de dinheiro, Lula teve sua condenação reafirmada por unanimidade pelos três desembargadores do Tribunal Regional Federal da 4 ª Região (TRF-4), em Porto Alegre. Além de condenar, os magistrados também aumentaram a pena para 12 anos e um mês.
Na ocasião, líderes petistas, de movimentos sociais e o próprio Lula fizeram parte da manifestação. O senador Lindbergh Farias e a senadora Gleisi Hoffman confirmaram a candidatura do ex-presidente, que também afirmou buscar voltar governar o País.
Após o resultado do julgamento, a CartaCapital foi às ruas e conversou com os manifestantes sobre como se sentem com a condenação e quais as suas expectativas para o pleito de 2018.
Alexandra Pontieri, 47 anos, socióloga
CartaCapital: O que trouxe a senhora ao ato de defesa ao Presidente Lula?
Alexandra Pontieri: Eu não estou aqui somente pelo Lula, mas pela conquista dos direitos, pela nossa soberania. Para garantir o direito dos pobres, dos excluídos, principalmente da mulher negra e periférica. Eu sou da periferia então gostaria que reforçássemos a luta pelo direitos.
Querem acabar com a Previdência, que vai prejudicar aqueles menos favorecidos, as mulheres que são esteio das famílias, principalmente das famílias não-nucleares. Mulheres pretas que tem que garantir a sobrevivência dos filhos e quem mais esteja com ela.
CC: E você enxerga que o Lula é o candidato que vai promover isso?
AP: Sim. O Lula ainda representa esses anseios da classe trabalhadora. Mas a juventude negra, as mulheres, essas pessoas que conquistaram um pouco mais, hoje passam por retrocesso.
Maurilio Nascimento Mendes, assistente social aposentado
CartaCapital: O que te trouxe aqui hoje?
Maurilio Nascimento Mendes: Nós queremos que o Brasil seja para todos, não para meia dúzia. E a gente tem que ir para luta, e a luta nunca acaba. A gente pensou que tinha derrotado essa dragão, mas na verdade só machucamos a cabeça dele. Vamos ter que continuar buscando forças para destruir esse capitalismo selvagem.
CC: Como o senhor está depois do julgamento de hoje?
MNM: Decepcionado, mas já sabia do resultado. Nosso Judiciário é fascista e está não para aplicar a lei, mas para garantir os privilégios dos de sempre. O Lula é a grande liderança que temos e que de fato representa a classe trabalhadora e o povo de maneira geral. Mexer com o Lula é mexer com a gente. Negros, mulheres e jovens. Pessoas que de fato merecem ter um Brasil para todos.
Dalci Maria da Silva, 56 anos, costureira afastada pelo INSS
CartaCapital: Porque você veio apoiar o presidente Lula?
Dalci Maria da Silva: Vim apoiar ele porque na época em que foi presidente ele foi muito bom. E agora tem uma monte de vagabundos que querem colocá-lo na cadeia.
CC: A senhora votaria nele na eleição de 2018?
DMS: Voto. Se ele for candidato eu voto de novo. A família toda vota.
CC: E como você se sentiu quando saiu a condenação?
DMS: Muito triste, mas nós vamos vencer
CC: E depois de ouvir o Lula falar você ficou mais tranquila?
DMS: Mais tranquila, eu tô até mais suave. Pronta para luta, quantas tiver. Nós vamos para cima.
Sergio Amadeu da Silveira, 56 anos, professor Universidade Federal do ABC
CartaCapital: Porque você veio ao ato?
Sergio Amadeu da Silveira: O Brasil vive um estado de exceção. As elites sucessivamente perderam o controle político do País e querem governar através do Judiciário. Um Judiciário aparelhado, que condena uma pessoa sem provas. Eu estou aqui e não sei se vou votar no Lula. Sou contra sua condenação, porque representa a destruição do estado democrático de direito.
CC: E porque você não votaria no Lula, já tem outro candidato?
SAS: Isso é uma outra questão. A esquerda e as forças democráticas precisam se renovar. Mas nessas circunstâncias eu estou aqui com o Lula e vou até as eleições. Numa situação de justiça de normalidade democrática eu não sei se eu votaria no Lula, mas nesta condição eu tô aqui e tô com ele até o fim.
CC: Declarada sua pré-candidatura, como você se sente?
Olha, tranquilo não. Eu acho que o que ele fala é muito lúcido, é muito sério, mas o cenário político é muito complicado. A Constituição não vale mais nada, a democracia está sendo destruída. O que ele fala é que nós vamos à luta, mas e aí?
Leia da Conceição Souza, 15 anos
CartaCapital: Porque você veio até aqui?
Leia da Conceição Souza: Para arrumar uma casa para eu morar.
CC: Hoje em dia você mora onde?
LCS: No abrigo
CC: E você acredita que o Lula é a pessoa que pode te conceder moradia?
LCS: Acredito. Eu fiquei sabendo que ele foi condenado pela televisão, pelo povo da rua e fiquei péssima. Com medo.
*Fotos por Caroline Oliveira. https://www.cartacapital.com.br/politica/quem-sao-aqueles-que-defendem-a-candidatura-de-lula-na-eleicao-2018
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Marcos Imperial