Amizade e relação profissional entre Flávio Bolsonaro e Fabrício Queiroz (dir) podem ser temas de audiência esperada pelo MP.
São Paulo – Ainda não foi desta vez que o Ministério Público do Rio de Janeiro (MPRJ) conseguiu ouvir familiares de Fabrício Queiroz, ex-assessor do senador eleito Flávio Bolsonaro (PSL-RJ), sobre movimentação de dinheiro considerada suspeita. Mas, em nota, o MP informa que recebeu informações que permitem a sequência das investigações e, inclusive, quebra de sigilos bancário e fiscal.
Segundo a nota, os depoimentos das filhas (Nathália e Evelyn) e da mulher (Márcia) de Queiroz, previstos para esta terça-feira (8), não ocorreu. De acordo com o que a defesa informou aos procuradores, "todas mudaram-se para a cidade de São Paulo, onde devem permanecer por tempo indeterminado e até o final do tratamento médico e quimioterápico necessários, uma vez que, como é cediço, seu estado de saúde demandará total apoio familiar".
Ainda segundo a defesa, Queiroz teve alta às 12h20 hoje do Hospital Albert Eistein, em São Paulo, depois de cirurgia de um tumor maligno no intestino. O hospital informou que ele entrou em 30 de dezembro.
Em relatório do Conselho de Controle de Atividades Financeiras (Coaf), o nome do assessor é citado por movimentar R$ 1,2 milhão em uma conta bancária, durante um ano, recebendo salário de R$ 23 mil. As transações foram consideradas atípicas. Ele já chamado duas vezes ao MP para prestar esclarecimentos, mas não compareceu. Dessa conta saíram também R$ 24 mil em depósito para a primeira-dama, Michelle Bolsonaro.
Segundo a investigação, Nathalia, Evelyn e Márcia já foram lotadas em gabinete de Flávio Bolsonaro na Assembleia Legislativa do Rio. Nathalia também trabalhou no gabinete de Bolsonaro pai na Câmara dos Deputados.
O filho do presidente foi convidado a prestar depoimento na próxima quinta-feira (10). O Ministério Público lembra que, "por força de prerrogativa parlamentar, (Flávio Bolsonaro) pode indicar nova data para seu depoimento". Em redes sociais, o parlamentar, que é deputado estadual, tem repetido que quem deve responder pelo caso é seu ex-motorista e assessor.
"O MPRJ esclarece que a oitiva dos investigados representa uma oportunidade para que possam apresentar suas versões dos fatos e que o não comparecimento voluntário e deliberado reflete, neste momento, uma opção dos envolvidos, sendo certo que o direito constitucional à ampla defesa também poderá ser exercido em juízo, caso necessário", diz o Ministério Público, que "seguirá apurando os fatos de forma reservada e sigilosa, manifestando-se apenas por meio de notas oficiais".
A Procuradoria termina informado que "a prova documental" encaminhada pelo Coaf "tem informações que permitem o prosseguimento das investigações, com a realização de outras diligências de natureza sigilosa, inclusive a quebra dos sigilos bancário e fiscal".
Via https://www.redebrasilatual.com.br/politica/2019/01/com-familia-queiroz-ausente-mp-aguarda-flavio-bolsonaro
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Marcos Imperial