Em entrevista a Paulo Moreira Leite, do 247, ex-primeiro ministro português explica a vitória do PS.
Paulo Moreira Leite - Assim que foi encerrada a contagem de votos em Portugal, o ex-primeiro ministro do país José Sócrates, que ocupou o posto entre 2004 e 2011, respondeu a meu pedido e comentou, pelo whatsapp, a vitória dos socialistas.
Ele foi líder do PS entre 1981 e 2018 e hoje atua de maneira independente. Fez duas observações.
A primeira sobre o caráter da vitória do PS:
“O resultado é surpreendente pela dimensão mas facilmente explicável. O bloco de esquerda e o Partido Comunista (parceiros na chamada Geringonça) perderam no conjunto oito pontos percentuais. Destes oito, cinco foram diretamente para os socialistas. Assim, o PS subiu dos 36% que teve em 2019 para os 41% que teve agora. Do ponto de vista político, os portugueses culparam o bloco (de esquerda) e o PCP por terem provocado uma crise que ninguém desejava. Todavia, a dimensão da vitória (que estava clara nas sondagens) foi maior do que se esperava e esse movimento de última hora (dos 37 ou 38 pontos que os socialistas tinham nas sondagens para os 41 pontos que tiveram de fato) não foi captado pelas pesquisas. Enfim: houve um um erro das sondagens e um certo movimento subterrâneo, de vontade de estabilidade e dar condições para o PS governar sozinho. Em síntese: a vitória não foi uma surpresa; sua dimensão,sim”.
“O que é interessante, muito interessante, é que a direita não tenha crescido exatamente por causa da extrema direita. Aqui, como aí no Brasil, a extrema direita acaba sempre como problema da direita, impedindo que ganhe as eleições. Criaram o monstro para serem vítimas dele. No Brasil vai se passar o mesmo”.
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Marcos Imperial