segunda-feira, 27 de janeiro de 2025

Alguns Dados Sobre Preços de Alimentos no Mundo e no Brasil


Marcelo Zero

A tabela da FAO, exposta a continuação, e que contém uma série histórica dos preços internacionais dos principais grupos de alimentos, mostra tendência mundiais importantes sobre o tema momentoso dos alimentos.

Antes pouco da pandemia, em 2019, o Índice de Preços dos Alimentos da FAO, estava em 94,9.

Com a pandemia, contudo, os preços começaram a subir bastante. A guerra na Ucrânia, que afetou muitos os preços alguns cereais, como o trigo, bem como os preços dos fertilizantes, piorou bastante a situação.

Assim, em 2022, o índice da FAO chegou a 144,5, na média anual.

Em 2023, houve uma redução significativa dos preços. Isso, combinado com políticas internas apropriadas, diminuiu, em algumas regiões o mundo, a fome e a insegurança alimentar.

Segundo a FAO, a região que apresentou a melhoria mais intensa naquele ano foi justamente a América Latina e o Caribe, graças, em grande parte, à evolução positiva do Brasil.

A edição de 2024 do Relatório das Nações Unidas sobre o Estado da Insegurança Alimentar Mundial revelou queda de 85% na insegurança alimentar severa no Brasil. O índice corresponde à redução ocorrida em 2023, em relação a 2022, quando o número de pessoas afligidas pela fome era de 17 milhões e 200 mil, e passou para 2 milhões e meio de brasileiros.

Os números nacionais corroboram as tendências do índice da FAO.

Os preços da alimentação no domicílio tiveram, durante o governo Jair Bolsonaro (PL), altas de 18,15%, em 2020, de 8,24% em 2021 e de 13,23% em 2022. Segundo dados da Fipe, a inflação de alimentos em todos os 4 anos (inclui 2019) de Bolsonaro foi de 57%. O aumento da carne bovina, durante aquele governo, foi de 66, 6%. Isso tudo combinado com grande desemprego, diminuição da renda do trabalho e nenhum reajuste para o salário-mínimo. Mais de 33 milhões de brasileiros passavam fome.  Curiosamente, na época não se fazia muito alarde com isso, como hoje se faz.  A mídia tem memória curta e seletiva. Se esqueceu, por exemplo, da tétrica “fila do osso”.

A redução de 0,52%, em 2023, já no governo Lula, foi a primeira desde 2017 (-4,85%).

Entretando, os preços da alimentação no domicílio fecharam o acumulado de 2024 com inflação de 8,23%, segundo dados divulgados pelo IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística).

Segundo a FAO, embora o índice geral dos preços dos alimentos tenha ficado, em 2024, um pouquinho abaixo de 2023, houve aumento considerável em alguns itens importantes, como carnes, laticínios e óleos vegetais. Esses aumentos foram internacionais.

A carestia de alguns alimentos no ano passado no Brasil está associada a diversos fatores.

As mudanças climáticas tendem a desempenhar um papel cada vez mais relevante. Reduções de safras devido a secas, inundações, tempestades, geadas fora de época etc. se tornarão mais frequentes.

Em 2024, lembre-se, o Brasil amargou forte seca em diferentes regiões, além de enchentes de proporções bíblicas no Rio Grande do Sul, um grande produtor agrícola.

Outro problema é o dólar demasiadamente alto, fruto de especulações do mercado financeiro, que estimula as exportações, muitas vezes em detrimento do abastecimento do mercado interno, que paga em reais.  Foi o que aconteceu com a carne bovina, por exemplo. Em 2024, o Brasil bateu recorde nas exportações de carne bovina, com 2,89 milhões de toneladas exportadas. O valor faturado foi de US$ 12,8 bilhões, um aumento de 22% em relação ao ano anterior.

Além disso, o dólar demasiadamente alto encarece muitos insumos importados que são essenciais para a agricultura, como fertilizantes, por exemplo.

Outro problema, como está revelado no último relatório da Conab, é a ausência de estoques públicos reguladores de alimentos. Guedes e Bolsonaro acabaram com essa política pública essencial.

Outra política relevante que foi destruída pelo antigo governo foi a do apoio a pequenos agricultores. Em 2019, o governo federal repassou R$6 milhões para o apoio da agricultura familiar, menos de 0,2% do orçamento total do ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento à época. Em 2020, o valor caiu para R$1,2 milhões, menos de 0,1% da verba total naquele ano. Já em 2021 e até outubro de 2022, não houve nem um real sequer investido no setor, de acordo com a plataforma do governo federal.

O governo Lula, porém, está muito empenhado em reestabelecer essas e outras políticas.

Por exemplo, no Plano Safra da Agricultura Familiar 2023-2024, foram destinados R$ 71,6 bilhões ao Pronaf, montante 34% superior ao ano anterior e o maior da série histórica.

Graças a Deus, essa relativa carestia em alguns alimentos veio, ao contrário do acontecido no governo Bolsonaro, em um momento de redução drástica do desemprego, de aumento significativo da renda do trabalho e de incremento real do salário-mínimo.

Assim, a fome não voltará ao Brasil, como aconteceu no governo Bolsonaro. Ao contrário, deveremos retirar completamente, de novo, o país do Mapa da Fome da ONU, até o final deste terceiro governo Lula.

De acordo com o IBGE, a safra agrícola brasileira de 2025 deve ser de 322,6 milhões de toneladas, o que representa um aumento de 10,2%, em relação a 2024. Colheremos 30 milhões de toneladas a mai.

Claro está que o aumento dos preços de alguns alimentos incomoda. Mas o governo Lula está atento e tomando as medidas necessárias.  Ao contrário de Bolsonaro, que tinha clara aversão ao trabalho, Lula não fica andando de moto e jet ski por aí, como o antigo presidente fazia, enquanto as pessoas morriam de Covid e passavam fome.

Lula trabalha. Tem compromisso com o país e seu povo.

Vai ter churrasco, sim.

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Marcos Imperial

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