Moradores do Conjunto do Alemão, na Penha, na Zona Norte do Rio, tentam retomar a rotina na manhã desta terça-feira (30). Muitas crianças, que deixaram de ir à escola desde quinta-feira (25), são levadas pelos pais para estudar. O abastecimento de gás e o fornecimento de serviço de TV a cabo, antes controlado pelos traficantes da região, seguem paralisados.
De acordo com a Secretaria municipal de Educação, 31 escolas e creches na região voltaram a funcionar nesta terça-feira, e devem receber cerca de 10 mil alunos que estavam em casa desde o início dos confrontos. Já os 1.050 alunos da rede estadual de ensino ainda seguem sem aula, já que, segundo a Secretaria estadual de Educação, a avaliação do retorno está sendo feita por cada direção.
Crianças do Conjunto do Alemão seguem para a escola sob vigilância de militares
(Foto: Glauco Araújo/G1)
O segurança Claudio Santos Pereira, 50 anos, que saiu para trabalhar às 5h30, espera que a presença dos militares e policiais permaneça por tempo ilimitado. “Estou gostando e acho que melhorou a segurança de todos aqui. Eles devem ficar até o fim, até o tráfico acabar.”
A caixa Ivonete, que trabalha como caixa em uma padaria em Copacabana, está menos tranquila, pois teme deixar a casa desocupada enquanto trabalha. “Saio todos os dias às 6h e volto depois das 18h. Tenho medo que minha casa seja invadida pela polícia. Sinto muito medo ainda. Não me sinto segura.”
A dona de casa Sônia Soares, 40 anos, cuida de duas crianças vizinhas. Ela saiu de casa por volta das 7h para levá-las para a escola depois de ficar quatro dias praticamente confinada.“Minha filha já estava com saudades dos amiguinhos de escola.”
Crianças do Conjunto do Alemão cumprimentam militares ao seguirem para a escola
(Foto: Glauco Araújo/G1)
A caixa Jaqueline Oliveira, 26 anos, mora no Morro do Adeus, mas circula todos os dias pela Favela da Grota para deixar o filho Bruce, de 1 ano, com a irmã. “Não mudou muito a rotina para mim. Passo aqui todo dia para pegar um mototáxi e subir o morro. Só fica ruim quando estou atrasada, porque ficou mais demorado fazer o trajeto todo.”
A manicure Ilsa Moura, 33 anos, trabalhou em casa desde quinta-feira. No mesmo período, a filha Kely ficou sem ir à escola. “Aproveitei para trabalhar em casa mesmo e cuidar da minha filha, que ficou sem estudar esses dias”. Ela disse que não chegou a ficar sem luz em casa, mas reclamou que está s em serviço de TV a cabo. “Por sorte, meu gás acabou antes da confusão e estou abastecida.”
Outro morador, que levava o filho para a creche, disse que faltou luz durante a segunda-feira (29). “Eu e minha mulher ficamos em casa sem fazer nada. Estou levando meu filho para a escolinha para ver se eu volto a trabalhar. Estou tendo de descer o morro para comprar todos os suprimentos. TV a cabo e gás não tem”.
Nenhum comentário:
Postar um comentário
Olá queridos leitores, bem vindo a pagina do Blog Imperial. Seu comentário é de extrema importância para nosso crescimento.
Marcos Imperial