De tanto ser esticada, a corda da emenda constitucional que cria um piso salarial unificado para os policiais e os bombeiros, e há meses circula na Câmara dos Deputados sem uma definição, pode acabar se quebrando e provocando sérios danos.
Já se fala abertamente em uma greve geral dos policiais em todo o país a partir de janeiro, quando a presidente Dilma Rousseff tomar posse.
"O impasse pode desencadear a maior greve da história", avisou ontem, em Brasília, onde estava para acompanhar de perto as negociações para a votação da emenda, chamada de PEC 300, o deputado estadual paulista - e major da Polícia Militar - Olímpio Gomes.
O Palácio do Planalto continua trabalhando para evitar a aprovação da PEC, que segundo o ministro do Planejamento, Paulo Bernardo, representaria um gasto anual de R$ 46 bilhões.
Governadores daqui e dali, eleitos e reeleitos, também não querem o piso salarial unificado para policiais e bombeiros. Eles alegam que teriam que arcar com R$ 30 bilhões dos R$ 46 bilhões de gastos a mais previstos por Bernardo.
Os partidos aliados ao governo, no entanto, e até mesmo alguns parlamentares do PT, querem aprovar a PEC 300. Anteontem, após uma reunião com o presidente da Câmara, Michel Temer, Henrique Eduardo Alves, o deputado norte-rio-grandense que lidera o PMDB na casa, reagiu à pressão contra a emenda constitucional com uma frase forte, quase definitiva: "Não venha nos impor este vexame".
E agora? Brasília Urgente.
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Marcos Imperial