sexta-feira, 26 de novembro de 2010

Wilma nega envolvimento dela e de Lauro Maia na operação Hígia Ex-governadora insinuou que acusações podem ter motivação política e que está indignada com notícia de que ela teria conhecimento do pagamento de propina no Governo. O Minuto.

A ex-governadora Wilma de Faria (PSB) se defendeu das acusações de que ela tinha conhecimento de relações de pagamento de propina pelos empresários feitos à servidores do Governo do Estado. Em entrevista ao Jornal 96, da 96 FM na manhã desta sexta-feira (26) ela negou envolvimento também do seu filho, Lauro Maia e insinuou a possibilidade das acusações terem motivação política de algum grupo do Rio Grande do Norte. 

Ontem, o proprietário da empresa A&G, Anderson Miguel citou em depoimento a justiça o nome de Wilma de Faria afirmando que ela tinha conhecimento no suposto esquema de desvio de verba pública e fraude em licitações na Secretária Estadual de Saúde, durante sua gestão como governadora. 

Sobre o assunto, Wilma de Faria disse que não ia questionar as declarações de um réu confesso pela estória de vida que tem com contas verificadas pelo poder judiciário, pela sociedade e pelos políticos. “Eu passei 16 anos no executivo e sou a mesma pessoa. Não adianta alguém querer jogar lama em cima de mim.. quem sabe essa pessoa não esta a serviço de alguém ou de algum grupo? Eu não vou fazer acusação, mas estou indignada com tudo isso”, argumenta.

Para ela, a jogada política tem um motivo: tira-la da vida pública. Durante a entrevista, Wilma conta que já foi acusada de ter uma conta na Suiça e que essa notícia foi explorada durante um ano e meio para tentar denegrir sua imagem e ter resultados políticos. “Nunca quiseram que eu fosse líder do Estado, me aceitaram apenas como líder da capital. Quando eu assumi o governo, falaram de uma suposta conta na Suíça e depois da investigação, o procurado federal disse que investigasse quem fez a armação contra mim. Eu vejo isso [as notícias da operação Hígia], muito semelhante a tudo que eu passei”, disse. 
Wilma de Faria defende-se quanto a participação no suposto esquema.

A acusação de que Lauro Maia era o "intermediador" do suposto esquema de negociação de propina foi totalmente negada durante a entrevista pela ex-governadora e mãe do acusado, Wilma de Faria. "Não há provas contra ele. Ele [Lauro] é quem mais tem sofrido com tudo isso. Eu não sei o que aconteceu, nem como aconteceu, mas os procedimentos na Secretaria Estadual de Saúde tinham como ordenadores de despesas os secretários Ruy Pereira, Ivis Bezerra e Ademaro Cavalcanti que estão apenas sendo ouvidas, como testemunhas do caso", explica Wilma de Faria.

Em alguns momentos da entrevista, Wilma de Faria se emociona e diz que perder a eleição "não é nada" e que para ela, a honra é mais importante e mais cara. "Eu sempre tive ética, espírito público, trabalhei pelo povo do nosso estado, da nossa capital e não envergonhei ninguém. Sempre fui aprovada pelo povo nas minhas gestões", contou.

O jornalista Diógenes Dantas abriu um espaço na entrevista e questionou a ex-governadora sobre a relação entre ela [enquanto gestora do Estado] e ele, como jornalista e se em algum momento, ele teria prestado algum serviço ao Governo do Estado ou a Lauro. Sobre o assunto, Wilma de Faria respondeu que o jornalista Diógenes não prestou serviço e que a relação deles não era íntima.

Os novos caminhos da política Wilma de Faria também foram alvo de comentários. Sobre o assunto, Wilma disse que não está no final da carreira, mas que - por enquanto - não pensa em disputar a Prefeitura de Natal em 2012.

"Eu disse que não quero ser candidata a Prefeitura de Natal e essa é uma decisão minha, eu já declarei que não sou candidata a Prefeita de Natal. Muitas vezes eu fui pulsionada a ser candidata, mas eu não pretendo ser", disse.

Depois, Wilma voltou a fazer acusações de perseguição política contra ela. "Tem grupos que querem me destruir. Eu não tenho emissora de rádio, televisão, nem empresa... As pessoas que muitas vezes fazem um trabalho de forma secreta", insinua.

As eleições deste ano e o resultado desfavorável para Wilma nas urnas - com a derrota no Senado para José Agripino (DEM) e Garibaldi Alves (PMDB) - e a derrota de Ibere Ferreira (PSB) também foi alvo de perguntas. "A minha decisão foi acertada. Se eu não concorresse estaria assinando a nomeação de José Agripino e Garibaldi para o Senado. Eu agradeço aos mais de 700 mil eleitores que tive do povo do Rio Grande do Norte. Eu sabia das dificuldades do PMDB, de João Maia, mas as coisas foram maiores do que eu pensei. Duas forças que se casaram e o resultado foi esse", disse Wilma.

Neste momento, o horizonte político de Wilma de Faria só tem olhos para 2014 para ocupar um espaço no executivo. "Eu quero ir pro legislativo e não para o executivo", frisa.

Como uma das líderes do PSB no Rio Grande do Norte, Wilma de Faria comentou a possibilidade do partido assumir um cargo a nível nacional. "Há interesse do meu partido em participar, há uma boa relação do PT conosco, mas isso fica para depois. Eu espero que nossos companheiros [do PSB] também tenham espaço no governo de Dilma.

A Copa do Mundo e os últimos acontecimentos da semana em que o Governo do Estado anunciou que nenhuma empresa se interessou na licitação em construir e administrar o Arena das Dunas, foi outro tema abordado na entrevista. "Eu queria fazer um apelo, para não deixar a "peteca cair" pela luta e vitória do Rio Grande do Norte. Nós temos uma capital pequena como Natal e conseguimos chegar lá pela nossa coragem, luta. Quero pedir que a governadora Rosalba Ciarlini (DEM) que se junte a luta, juntamente com a sociedade, o Ministério Público, o poder judiciário e todas as áreas, os empresários e os setores da economia, afinal a Copa vai trazer muitos investimentos públicos e privados, gerando novas obras", cita.

No final da entrevista, Wilma manda uma mensagem para a governadora eleita Rosalba Ciarlini (DEM). "Eu quero desejar sucesso. Ela tem tido que o governo está em dificuldade e está sim em função da crise do ano passado, do plano de cargos e salários que nos pressionou a aumentar o que o nosso planejamento esperava. Isso tudo é um ônus que o administrador tem que pagar. O Brasil passou pela crise internacional e eu encontrei o governo numa situação muito mais difícil que essa e conseguimos fazer grandes obras. Ela [Rosalba Ciarlini] vai encontrar recursos na área de estradas, saneamento, recurso hídricos para construir adutoras e ainda recursos previstos no PAC 2 e já definidos na Caixa Econômica Federal como a Estrada da Pipa. Rosalba é uma pessoa trabalhadora e espero que ela possa repetir o que fez por Mossoró", justifica.

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Marcos Imperial

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