Região Nordeste já conta 52 mortos pelas chuva // O vice-presidente José Alencar em evento durante 2010 (Arquivo/Agência Brasil)
'O vice-presidente está bem', afirma cirurgião









O vice-presidente José Alencar foi submetido a uma arteriografia, que durou quatro horas e acabou por volta das 20h30. O trabalho consistiu na busca de uma pequena artéria que eventualmente nutria o tumor em sangramento. Segundo cirurgião Raul Cutait, o tumor fica no abdome, 'grudado e invadindo o intestino delgado'.

'O vice-presidente não teve mais sangramento intenso como aquele que levou à cirurgia, mas nesses dias todos persistia um certo grau de sangramento que começou a criar problemas clínicos. Então, optou-se hoje pela angiografia', disse. 'O doutor Carnevalle (o médico intervencionista Francisco Carnevalle) conseguiu fechar a artéria e esperamos que o tumor pare de sangrar.'

Na avaliação de Cutait, o procedimento foi 'bem resolvido'. 'O vice-presidente está bem', disse o cirurgião. Ao ser indagado sobre o fato de o procedimento ter durado tantas horas, justificou: 'Porque é difícil ''pra burro'' fazer isso.'

O médico Francisco Carnevalle explicou como foi a intervenção. 'Foram realizadas duas etapas, uma arteriografia diagnóstica, que é o estudo dos vasos que nutriam o tumor, e um cateterismo superseletivo com um cateter de 1 milímetro de diâmetro até o tumor. Chegando ao tumor e identificamos o foco que vinha sangrando. 

O sangramento era muito pequeno, no entanto foi diagnosticado e tratado através da técnica de embolização', afirmou.

Carnevalle explicou que a embolização é a injeção de microesferas de acrílico, revestidas por colágeno, com o objetivo de fechar mecanicamente os vasos comprometidos. 'As microesferas são muito pequeninas, como grão de açúcar', disse. Essas microesferas, conforme o médico, foram colocadas no vaso responsável pelo gotejamento do tumor localizado no intestino e responsável pelo sangramento.

Ao serem indagados sobre a possibilidade de José Alencar comparecer à posse da presidente eleita Dilma Rousseff no sábado, em Brasília, os médicos explicaram que serão necessárias de 48 horas a 72 horas para avaliar a evolução do estado do paciente e verificar se eventualmente não ocorrerá nenhuma complicação, como novos sangramentos. Segundo os médicos, Alencar está reagindo bem ao procedimento realizado. Estadão